OS CAMINHOS E DESCAMINHOS DO JORNALISMO - junho de 2024
Vou dar uma pitada de prosa fazendo referência a um artigo que li num jornal impresso de penetração nacional.
O autor do artigo no jornal é Ronaldo Lemos, Advogado, Diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.
O nome do artigo é: "Depois da imprensa marrom, a imprensa rosa".
O autor relata quem criou o termo Imprensa Marrom no RJ em 1959. Consta que na época surgiu no RJ a revista Escândalo e o "forte" da revista era fazer fofoca sobre a vida privada dos famosos. Até que um dia, a revista publicou uma escapadinha de um artista e fez um estardalhaço com o caso. Foi enorme a repercussão e o artista acabou se suicidando. Daí que o jornalista Alberto Dines do Diário da Noite se referiu ao caso e taxou a revista de Imprensa Marrom. O termo pegou.
Agora vivemos os tempos das redes sociais e as citações apócrifas escancarando inclusive a privacidade das pessoas, quase sempre fazendo recortes e tirando tudo do contexto. Tem potencial de fazer um estrago na vida das pessoas. Num ambiente no qual a lei ainda não desenhou penas para os delitos do gênero adequadamente.
O fenômeno é mundial e lá fora criaram um apelido para essa "autoproclamada" imprensa de imprensa rosa. No inglês, pink slime press (imprensa da gosma rosa). Gosma rosa para representar a carne altamente processada e cheia de conservantes que adquire um tom rosa e fica até gosmenta.
Por último, o autor diz que em pouco tempo, por conta dos leitores acreditarem mais em matérias sem autoria que se vê pela internet, passam a deixar de ler jornais impressos e estes tem fechado mais de 1.000 empresas em curto espaço de tempo nos USA. Ao mesmo tempo, a "imprensa rosa" sem jornalismo e cheia de artigos no padrão Tiozão do Zap tem crescido exponencialmente. Daí o cenário fica turvo. É o que temos para hoje. (O jornal no caso é a Folha de SP que postou a notícia da qual retirei este material para a fala acima)
