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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

RESENHA DO LIVRO - A VIDA QUE NINGUÉM VÊ



            crédito da foto:  http://en.wikipedia.org/wiki/Porto_Alegre


RESENHA DO LIVRO -  A VIDA QUE NINGUÉM VÊ

Autora do livro:   Jornalista Eliane Brum       (editora Arquipélago – 2006)

Quem fez a resenha:   Orlando Lisboa de Almeida (sem uma técnica definida)

     Como costumo lembrar, gosto da leitura e tenho o hábito de, paralelamente, ir fazendo uma resenha daquilo que mais me tocou na obra para poder partilhar com amigos que gostam de ler.    Então fica assim como um “petisco” para convidar a pessoa a procurar o livro e ir fundo no texto, lendo tudo na íntegra.
     O livro antes foi elaborado em crônicas editadas no jornal Zero Hora de Porto Alegre e foi premiado com o Prêmio Esso – Regional Sul e depois o livro recebeu em 2007 o Prêmio Jabuti na modalidade reportagem.    A jornalista é fera no ramo.
     Fez uma série de crônicas tiradas “das ruas” de Porto Alegre, mas tudo isso tem algo de transcendente como poderemos ver adiante.
     Página 14 -   O do prefácio.....  “ máxima de que, em jornalismo, a história só existe quando o homem é que morde o cachorro”.     Os textos dela  mostram que nem sempre é assim.
     42 – Bela crônica sobre  o demente Geppe Coppini de Anta Gorda-RS.  Muitas reflexões sobre as pessoas “normais” e as que são vistas como nem tanto.
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     54 – “Há duas maneiras de visitar um zoológico: com ou sem inocência.”   Fala da liberdade, da condição humana, etc.
     56 – “A revelação dessa visita subversiva ao zoológico é que, no cativeiro, os animais se humanizam.   O cárcere lhes arranca a vida, o desejo e a busca”.
     “E mais e mais vão se parecendo com os homens que os procuram na certeza de um álibi.  Perigosa é a pergunta.   O que aconteceria se você encontrasse a chave do cadeado invisível da sua vida?”
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      79 – O menino Salatiel, vulgo Tierri.    “ E desde novo notou-se nele uma cabeça boa para as coisas do coração, desapegada das praticidades da vida.”
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     106 – Outra crônica, outro personagem...
     “Se fosse levar a sério, descobriria  que é analfabeto.  Como decidiu que a distância entre a realidade e a liberdade é um cabo de vassoura...”
      (o rapaz, adulto, anda de cavalinho de pau pela Expointer do RS há anos seguidos)
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     126 – Sobre a menina pedinte nas ruas
     “Você, que paga seus impostos em dia, colabora com a campanha do agasalho, que é um cara até bacana.  Subitamente transformado em réu no tribunal do sinal fechado por um rosto ranhento de criança.”
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     136 – Mãe pobre do interior, analfabeta, vários filhos pequenos, que deixa o marido (após convidá-lo para migrar) indo para a cidade grande na busca de aprender ler.
     Na entrevista com a autora deste livro:
     “ – Depois de ler a folhinha da igreja, o que a senhora quer ler?
     - Eu quero ler em quem eu vou votar.  Até agora fui pelos outros.   Agora, quero ler, analisar e votar.”          A da frase:   Maria Alicia de Freitas, 55 anos.
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     137 – O Velhinho dos comerciais de TV   (David Dubin – judeu polonês)
     Vive a muitos anos em Porto Alegre e escapou do holocausto.   Uma história de vida e tanto.
     “... David descobriu que sua família não havia sido morta pelos nazistas.  Eles haviam sido apenas os mandantes.  Sua família foi morta pelos melhores amigos, pelos vizinhos de porta.   Pelos ucranianos e lituanos que dividiam o seu bairro miserável”
      (cidade de Pinsk, Polônia)
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     158 -  Sobre um velho álbum de fotos achado na rua jogado.
     “É um álbum desordenado, todo ele.  Como são as vidas.  Essa é, em parte, a diferença entre a vida e a literatura, onde os personagens, por mais irreverentes, fazem todos um sentido  na trama.  Na vida, não.”
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     188 – A autora refletindo sobre a vida e obra
     “Quem consegue olhar para a própria vida com generosidade torna-se capaz de alcançar a vida do outro.  Olhar é um exercício cotidiano de resistência.”
     190 – Ela cita como exemplo de jornalismo, Gay Talese, o Papa do Jornalismo.
     191 – Sobre a profissão de repórter:
     “É preciso calar para ser capaz de escutar o silêncio.  Olhar significa sentir o cheiro, tocar as diferentes texturas, perceber os gestos, as hesitações, os detalhes, apreender as outras expressões do que somos.   Metade (talvez menos) de uma reportagem é o dito,  a outra metade o percebido.   Olhar é um ato de silêncio.”

     Espero não estar infringindo nenhuma norma legal socializando o material acima com o único intuito de incentivar a leitura da obra toda.   Abraço aos leitores

domingo, 29 de setembro de 2013

ESTUDANTES DO VISCONDÃO NA CÂMARA DE MAUÁ (1968)

CRÔNICA DE MAUÁ E SUA GENTE III NOBRES VEREADORES Autor: Orlando Lisboa de Almeida Era por volta de 1967, 68 e nós estávamos no colegial no Viscondão. Na volta pra casa, todo mundo à pé, passada obrigatória ao menos pela porta do sagrado Bar ABC que ainda está firme e forte em Mauá-SP. O firme e forte fica por conta do saudosismo pois quem pode dizer isso de cadeira é quem freqüenta a casa nos dias atuais e ninguém mais. Sexta feira era quase certo um pit stop lá no Bar ABC para tomar uma cervejinha, jogar uma conversa fora e se divertir um bocadinho. E bar é bar, curva de rio onde passa e enrosca de tudo. Pois era comum até os nobres edis, os vereadores da cidade, após as sessões da Câmara, que ficava numa sobreloja bem perto da porteira da estação e mais perto ainda do Bar ABC, fazerem uma paradinha estratégica por lá. Conversa vai, conversa vem e de vez em quando a turminha se via misturada até com a prosa dos vereadores. Gente simples, povo como o povo que botou os homens lá na vereança. Um belo dia ou melhor, uma bela noite, os vereadores disseram algo como: Vocês são estudantes, já tem conhecimento de muitas coisas, poderiam ir de vez em quando assistir a algumas sessões na Câmara. Será uma satisfação para nós da Casa. Tinha lá até o Dito Loiola, mineiro, velho vereador que me parece que era tio de um amigo nosso da família Putini. Chamavam ele de Dito Gaiola na surdina do boteco. Mas esse não freqüentava o boteco, até porque era bem idoso e até brincavam de dizer que era quem mais fazia barulho na Câmara, ao cochilar e cair no chão... Era uma pessoa simples mas muito respeitado, muito íntegro. Pois chegou uma noite que a turminha resolveu subir os trinta degraus da escadaria para assistir uma sessão. Um deles bate uma sineta solene, três na mesa, Presidente, acho que um vice e o secretário. – Declaro aberta a Sessão! E nós lá. O presidente saúda os presentes e pede ao secretário para ler a ordem do dia: - Senhor Presidente, Senhores Vereadores, público presente. Recebemos aqui um ofício informando que faleceu o Dr. Fulano de Tal, cidadão de destaque no nosso município. O Presidente declarou em seguida: Em homenagem ao nobre cidadão Fulano de Tal, em sinal de luto oficial, declaro encerrada a Sessão. Bateu no sino e tchau!!! Como diria o personagem Chicó: “Só sei que foi assim”. Sessão II Um dia, passado um bocadinho de tempo, voltamos à Câmara para novo banho de iniciação à cidadania, afinal todo jovem tem o ímpeto de fazer um mundo melhor. E achamos curioso que a sessão foi aberta e desta vez a coisa engrenou. Aberta a sessão, começaram as votações dos projetos da pauta. Coisas de pouca monta, tipo nomes de rua, remanejamento de verbas no orçamento do município e por aí afora. O curioso é que o rito era meio assim: Projeto de lei número XXX referente alhos e bugalhos. Em discussão.... em votação.... (bate o martelo ou sino) .... aprovado. E nós lá sem entender. Não vimos discussão, não vimos votação e só vimos a marretada final: Aprovado. Depois fomos saber que os assuntos já tinham sido “exaustivamente” analisados, sopesados, destrinchados pelos vereadores e já havia acordo sobre os votos. E os votos eram sempre: Quem é à favor, permaneça como está (sentado) e quem for contra, favor se manifestar (ficar em pé). Todo mundo sentadinho, tudo aprovadinho sem afogadilho. E assim começamos nossos primeiros passos rumo à cidadania. Temos que arregaçar as mangas e ir pra peleja pois escrevemos a história ou alguém está escrevendo por nós.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

UM CASO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL CONHECIDO "IN LOCO"


                                   
foto enviada pelos amigos da Fartura

UM CASO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL CONHECIDO "IN LOCO". Em Colorado-PR.

Para início de conversa, costumo dizer, com base nas mais de quatro décadas de serviços ao longo da carreira, que em geral uma Pessoa Jurídica tende a ser ética na medida que as PF Pessoas Físicas que a comanda são pessoas íntegras e que seguem os preceitos da ética.
Vou falar (e falar bem!) de uma micro empresa que pratica Responsabilidade Sócio Ambiental e digo isso com conhecimento de causa por ter pisado no chão daquela "fábrica" uma porção de vezes. Falo da empresa FARTURA, que presta assessoria técnica agronômica em alto nível para produtores rurais, principalmente focada na pecuária bovina de forma racional, cuidando muito bem do solo, dos animais, do meio ambiente e das pessoas envolvidas no setor. Essa pequena empresa que tem à frente profissionais de Engenharia Agronômica, sempre em parceria com Universidades (UFPr, UEM), vem montando campo de demonstração de tecnologia que dá certo, é rentável e Sustentável no sentido pleno do termo. E tem um detalhe que fala mais de perto sobre a visão de futuro da Fartura. Na propriedade (uma propriedade rural familiar) da família, onde utilizam a área inclusive para irradiar o conhecimento para seus clientes, contam com áreas de lavouras, de gado de leite, áreas de preservação florestal e horta em estufa. São em torno de três famílias que tiram o sustento como colaboradores no sítio. Os empregados cuidam das atividades de rotina da propriedade e os empreendedores, visando criar uma atividade que ocupasse a mão de obra das mulheres que vivem na propriedade, criaram um conjunto de estufas para produção de hortaliça irrigada em ambiente protegido. Os colaboradores locais literalmente vestem a camisa da empresa, usando inclusive uniforme adequado ao ramo. Trabalham dentro dos preceitos da Sustentabilidade, auferem renda, vivem uma vida digna e mostram estampado no rosto a satisfação de desempenhar atividades agropecuárias respeitando o meio ambiente e servindo inclusive de exemplo de que é possível produzir, sobreviver com dignidade e respeitar o meio ambiente. Bola super branca à Equipe da Fartura 
     Em tempo:

O Sítio fica na margem da rodovia asfaltada que liga Colorado-PR a Santo Inácio-PR

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

ENGAVETAMENTO DE CARROS EM SÃO LUIZ DO PURUNÃ (PR)



RISCO ANUNCIADO - ENGAVETAMENTO DE CARROS - SÃO LUIZ DO PURUNÃ.      17-09-13

 São Luiz do Purunã é um distrito do município de Campo Largo, que fica próximo à rodovia que liga Curitiba ao Norte do Paraná. Pois bem. Nesse local tem uma Serra e por conta dessa serra, SEMPRE há neblina na rodovia. O risco de ser serra (sinuosa) e o risco da neblina. Pois bem. Foi exatamente nesse PONTO CULMINANTE que o pessoal colocou uma PRAÇA DE PEDÁGIO. Quanta gente passa por lá todo dia e sabe do risco que é o local mesmo que não houvesse a praça de pedágio. Imagina então a temeridade que foi colocarem justo lá, há tanto tempo, uma praça de pedágio. TINHA QUE SER LOGO NAQUELE PONTO??? Vejam os dados de altitude da região: Curitiba - 934 m; Campo Largo - 956 m; POVOADO DE SÃO LUIZ DO PURUNÃ - 1.270 M (Dados do google); Ponta Grossa - 970 m. Ou seja, sobe-se a serra em São Luiz do Purunã (onde há neblina) e depois desce de novo quase tudo rumo a Ponta Grossa. RESUMO DA ÓPERA: UMA ENGENHARIA BÁSICA DIRIA QUE LÁ É UM LUGAR IDEAL PARA "NÃO" SE COLOCAR UMA PRAÇA DE PEDÁGIO. É apenas uma opinião.

sábado, 14 de setembro de 2013

TURISMO - FOTOS DE ALCÂNTARA -MARANHÃO (COLONIAL)

                                       
                                        Barcos que levam o turista de São Luis a Alcântara - 22 km.
                                               1 h e 20 minutos.     Fotos de Orlando L.de Almeida

 
                                    Casarão colonial com telhado protegendo a parede superior contra a ação das                                                                     chuvas   - Rua do Jacaré - centro histórico


                                       Igreja das Mercês - pequena.   Estava fechada aos visitantes


      Igreja de Nossa Senhora do Desterro - com dois sinos do lado de fora, à direita

         Casa que está para ser restaurada - nela viveu o Promotor cearense Clovis Beviláqua que escreveu livro na área do Direito nos anos 20


             Igreja de São Matias de Alcântara - feita pelos Padres Jesuitas - está em ruina, mas é um prédio de enorme valor histórico.

             

Ruina da casa do Bergman que foi lider de uma revolta local no tempo do Império


Palácio Preto - Mercado de Escravos da época colonial


Altar mor da Igreja do Carmo.  O prédio original desta igreja dataria de 1665.   Igreja aberta ao público e em uso pela comunidade - templo católico.
Uma das ruinas locais     (fotos sempre de Orlando Lisboa de Almeida)
Peça do Museu do CLA Centro de Lançamento de Alcântara.    A base mesmo fica fora da zona urbana 


Igreja do Rosário dos Pretos - a praça em frente foi um antigo cemitério de escravos.


Fotos de Orlando Lisboa de Almeida
orlando_lisboa@terra.com.br 

TURISMO EM SÃO LUIS - VISITA A ALCÂNTARA - MA (II)

  
                                                  

Foto de Orlando Lisboa de Almeida
Local: Prefeitura de Alcântara-MA  - centro colonial 

No capítulo anterior, eu fiz uma abordagem geral sobre Alcântara-MA e como chegar lá a partir de São Luis.     Neste, vamos detalhar um pouco do que vi por lá, acompanhado de um grupo de turistas com um guia local (Juca).
      O nome da cidade fundada pelo português Jerônimo de Albuquerque (1648) está relacionada a São Matias de Alcântara, que deve ser o santo do dia da fundação da cidade.  Isto era uma prática comum dos portugueses colonizadores.
     Logo após o desembarque do barco, próximo ao cais, há um pequeno Centro de Informação aos turistas com acomodações básicas e a apresentação de DVD mostrando um vídeo institucional da cidade e seus atrativos.       Não custa lembrar que (tendo ido avulso), já que cheguei, notei uma banca onde o pessoal estava colocando numa listagem o nome para o embarque da volta.   Eu tinha comprado já os bilhetes de ida e volta, mas para ficar bem garantido, deixei o nome na lista.   Deu tudo certinho.
     Logo após o desembarque, se vê em frente uma rua que sobe uma colina e esta é a principal rua da cidade colonial portuguesa.    Rua calçada com pedras e mosaicos de pedra sabão que dão um contraste pelo tipo das pedras.    A pedra sabão é de um tom cinza e por não ser tão dura, vai ficando polida e bem lisa com o tempo e talvez por isso tem o nome de pedra sabão - a cor e o fato de ser lisa.
    As soleiras das portas de muitas casas por lá tem uma peça de pedra sabão polida pelo tempo.     A grande maioria das casas históricas são térreas e usou-se muitas pedras na construção, além de outros materiais.
     Há algumas ruinas de casarões que ruiram parcialmente com o tempo e a falta de manutenção e várias delas estão previstas para serem restauradas.   Uma delas, à direita da Rua do Jacaré  (a rua principal já citada), foi o casarão com um andar onde morou o promotor e jurista Clovis Bevilaqua (natural de Viçosa-CE) que inclusive publicou no início do século XX um livro na área do Direito.
     Por que rua do Jacaré?    É que no tempo da lamparina, antes da eletricidade, o querosene que queimava nas lamparinas para clarear as casas vinha de barco e subia em latas ladeira acima.   Querosene da marca Jacaré (da Esso).    E tinha o jacaré estampado na lata.
      A cor da água do mar no percurso é diferente do mar aberto e seria, segundo o guia, por conta da foz de dois rios que desaguam no mar nessa região e as águas demoram para se misturar até pelas diferentes características.    (Rio Itapecuru e Rio Mearim)
     CAPELA DAS MERCÊS   (1803)    Em destaque no final da subida da rua do Jacaré.  Uma igreja pequena, quadrada, telhado em quatro "águas", pintada de branco com detalhes em azul.   A igreja estava fechada e tinha tapumes por dentro das janelas de forma que não dava nem para espiar os altares pelas frestas.    Ficamos na curiosidade.
     IGREJA DE NOSSA SRA.DO DESTERRO  (de 1714) -  (A dos sinos do lado de fora)   -  Também só vista por fora.  Fica logo à direita da Capela das Mercês para quem sobe a ladeira.     A vista do mar no local é muito bonita e se vê inclusive uma ilha próxima com bela praia.     Diferente do que já vi, os dois sinos ficam num espaldar (tipo portal) do lado da igreja e dá para alcançar com a mão o badalo dos sinos.    Disse o guia que o pessoal do lugar, ao querer "descasar", batem três vezes no sino maior e pronto!  Está descasado.  E se quer formalizar nova união, duas badaladas no sino menor e pronto!  Está casado com a outra.  Simples assim!
     PRÉDIO DA ANTIGA CADEIA - HOJE PREFEITURA   -   Uma construção bem típica, com um andar, ampla, do lado direito da praça da matriz.    Mantem as grades nas janelas até para preservar o seu valor histórico.     O guia brincou que lá no tempo de cadeia, era povoada pelos bandidos e agora como prefeitura, com os políticos.... não mudou nada.     Guia bem humorado é sucesso dobrado.
     RUINA DA IGREJA FEITA PELOS JESUITAS -  IGREJA DE SÃO MATIAS DE ALCÂNTARA -  É certamente, no centro da praça principal, o mais destacado prédio do período colonial português local.   Tem em frente um pelourinho (para punir escravos) feito em mármore com detalhes em relevo.     A igreja é feita principalmente com pedras, paredes largas, construção sólida.    Por falta de manutenção, desabou aproximadamente dois terços da obra, mas a fachada frontal está inteira e é muito imponente.     Deve ser do século XVII.  (1648) 
     Segundo o guia, a atriz Marieta Severo e o staff da Globo gravaram cena nessa praça para a novela Da Cor do Pecado.
     Logo à esquerda, na travessa da praça, o casarão onde morou o poeta Souza Andrade.   Formado em Letras em Sorbonne na França e fez Engenharia de Mina no exterior.     Deixou obras editadas.
     RUINAS DOS PALACETES DOS BARÕES  -  Barão de São Bento e Barão de Mearim.   Consta que ambos eram rivais e esperavam a visita do Imperador do Brasil à cidade e cada um tentou fazer um Palacete mais amplo e luxuoso pensando em assim conquistar a primazia de receber o Monarca.   Visita que nunca se efetivou inclusive pela disputa e pela decadência da economia local no século XIX.
     MUSEU - NA CASA ONDE FOI DO BARÃO DE SÃO BENTO  -   Fica do lado esquerdo da praça e vale a pena uma visita com calma.  Lá tem guias específicos do Museu que explicam as peças do acervo e assim dá para entender um pouco de como vivia a nobreza local na época.   Louças, prataria, utensílios domésticos, quadros com retratos pintados a óleo e muito mais.
     Das peças do museu a que mais curiosa eu achei foram uns ferros de mais ou menos 1,20 m de altura, com um semi arco na ponta.   Seria para os nobres, ao assistirem alguma festa na praça, poderem apoiar o cotovelo no suporte, para descanso na posição em pé.    
     Citado pelo guia que Josué Montelo, filho ilustre do Maranhão, entre outras obras, deixou escrito o livro  "A Noite sobre Alcântara".      Um dos turistas falou que desse autor há outra obra curiosa sobre a cultura popular do Maranhão:   "Os Tambores de São Luis" - dica do professor Sergio (de Educação Física), paranaense que está trabalhando no Maranhão.
     BASE DE LANÇAMENTO DE FOGUETES DE ALCÂNTARA -   Fica afastada do centro histórico e o que se visita é um local ao lado da Igreja do Rosário dos Pretos.   No local é um pequeno Museu da Base e eles passam um vídeo institucional sobre a mesma.   Local com poltronas e ar condicionado.
     PALÁCIO PRETO -   Ruina do que foi o Mercado de Escravos.    Prédio de pedras, imponente, cujas paredes resistiram a ação do tempo. 
     IGREJA DO CARMO -  Data de 1665.    Está em atividade como igreja, é aberta à visitação pública. Tem por dentro, no piso e em certos lugares das paredes, os restos mortais de nobres e religiosos do passado do lugar.     Fotografei uma lápide onde estava escrito entre outras homenagens, que fulana e ciclana "Morreram Donzelas" aos sessenta e poucos anos de idade.
     RUINA DO CONVENTO DAS CARMELITAS -  É enorme e fica anexo, do lado direito da Igreja do Carmo.   Das paredes deste sobraram parte com altura média de um a dois metros.   Impressiona pelo tamanho que tinha o convento.  
     IGREJA DO ROSÁRIO DOS PRETOS -   Em atividade, muito bem conservada, com o galinho português na ponta da torre, toda pintada de branco.    A pracinha da frente da igreja está num local onde teria sido, segundo o guia, um cemitério de escravos.
     As visitas em geral ficam restritas à área histórica e não vimos a parte do comércio local.   Assim sendo, não soube se há no centro comercial restaurantes um pouco mais completos para atender os turistas e nem uma visão do dia-a-dia do povo local.     Mas o passeio foi muito interessante.   

     orlando_lisboa@terra.com.br 

     

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

TURISMO EM SÃO LUIS-MA - POR QUE VISITAR ALCÂNTARA?

                       
                                         


  foto de   Orlando Lisboa de Almeida - blog www.orlandolisboa.blogspot.com.br 

   Eu já fiz uma matéria neste blog sobre o Centro Histórico de São Luis-MA que contém um conjunto arquitetônico (mais de 3.500 casarões tombados pelo patrimônio histórico) considerado pela ONU como Patrimônio da Humanidade.     A cidade começou a ser povoada em 1623.   
      Bem pertinho de São Luis, ao redor de 22 km por mar, está a cidade também histórica de Alcântara-MA que tem muita história (data de 1648) e um belo Centro Histórico com seu casario colonial português digno de ser visitado.    A cidade tem uma base de lançamento de foguetes operada pela Aeronáutica e se não é aberta à visita  (CLA Centro de Lançamento de Alcântara), esta tem um pequeno museu com sala de projeção de vídeos para orientação aos turistas.    Tem também o trajeto de barco que é bastante seguro.  A cidade é bastante visitada por turistas o ano todo e tem uma infra estrutura de informação ao turista bem próximo ao local de desembarque.
     A cidade de Alcântara viveu período de prosperidade na época colonial, quando tinha seus barões, nobres e muitos escravos.    Passado o período colonial e da escravidão, o local entrou em decadência e hoje é uma pacata cidade com seus vinte mil habitantes aproximadamente.   Possuem inclusive um IF Instituto Federal que ministra cursos de curta duração para profissionalizar os jovens locais e prepará-los para o mercado de trabalho.   Cursos nas áreas como Turismo, etc.
     COMO CHEGAR
     O turista tem como uma opção ir de barco, que sai cedo (cedo demais para o meu gosto - 7 h) do cais ao lado do Centro Histórico de São Luis e que fica perto de uma das pontes da baia.   O custo por passageiro é de doze reais (agosto-13) de ida e mesmo valor na volta.   A volta é no horário das 15.30 h e no dia que viajei foi bem pontual nos dois sentidos.
     GUIAS LOCAIS
     Muita gente já vai com pacote feito previamente em agências de turismo mas eu resolvi ir por conta e contratei um guia local com mais um grupo de turistas avulsos.   Deu tudo certinho no caso e ficou em conta  (paguei 10,00 para o guia que dirigiu mais de 15 pessoas no giro).     
     DURAÇÃO
     A viagem no barco (22 km - se enxerga Alcântara a partir de São Luis) por mar dura uma hora e vinte minutos. 
     O passeio dura das 8.30 até ao redor de 12 h quando o sol lá já está bastante forte e o chapéu ou boné e filtro solar, além de óculos de sol (e água) são imprescindíveis.
     O QUE SE VISITA
     O casario do Centro Histórico, as igrejas, o Museu da praça (com monitores do próprio museu, bem preparados) e o Show Room do CLA Centro de Lançamento de Alcântara.   Este último fica no centro histórico ao passo que a base em si (O CLA) fica retirado da cidade.
     ALMOÇO
     Almocei no local próximo ao cais de embarque e desembarque como a maioria dos turistas e a comida é simples e razoável, porém a pessoa após almoçar fica num "buraco negro"sem um local adequado para matar as horas até o horário do barco da volta que é 15.30 h.
     Sugiro a quem vai lá ficar esperto com esse buraco negro e uma dica poderia ser, em pequenos grupos, tomar um taxi ou mesmo uma Van e irem conhecer o centro comercial da cidade e quem sabe mesmo almoçar no centro onde suponho que possa haver restaurantes mais confortáveis e quem sabe até com ar condicionado.    Poder também conhecer um pouquinho do dia-a-dia do povo local e quem sabe conhecer de passagem o IF Instituto Federal que está com a página na internet "em construção" e por isso, com pouca informação sobre o mesmo.

     PRÓXIMO CAPÍTULO -  A VISITA EM SI AO CENTRO HISTÓRICO DE ALCÂNTARA E SUAS LENDAS.                            orlando_lisboa@terra.com.br 

sábado, 7 de setembro de 2013

TURISMO - CENTRO HISTÓRICO - SÃO LUIS DO MARANHÃO


                                                             

           foto by:   https://www.google.com.br/search? q=foto+do+palacio+dos+leoes&oq=foto+do+palacio+dos+le&aqs=chrome.1.69i57j0l3.8083j0&sourceid=chrome&ie=UTF-8
                                        PALÁCIO DOS LEÕES - SÃO LUIS - MA

     No mes de agosto de 2013 estive visitando São Luis do Maranhão, com visita por dois dias aos Lençois Maranhenses (matéria anterior deste blog), por um dia a Alcântara-MA que também tem um centro histórico muito interessante.   Ficamos três dias em São Luis e não deixamos de fazer uma visita ao centro histórico.   
     Na verdade, resolvemos fazer primeiro um tour por conta própria pela manhã e fomos caminhando, caminhando, olhando, fotografando, nos informando e vamos que vamos.   Almoçamos por lá e fomos seguindo no rumo do ponto de taxi.   Paramos para tomar um sorvete e comentei que estava voltando sem um detalhamento dos prédios visitados e uma senhora portuguesa da sorveteria, num gesto de pura simpatia, enquanto eu tomava o sorvete foi na proximidade e contatou um guia e me indicou.    O preço que ele cobrava era adequado e havia mais um casal (ele jornalista do RJ) no mini pacote.   Fizemos o tour de novo, desta vez com um monitor.
     Consta que São Luis se iniciou em 1612 pelos franceses e o nome tem a ver com o Rei Luis da França da época.   Em 1615 os portugueses expulsaram os franceses de São Luis.   Por volta de 1640 (sem o rigor das datas), foi a vez dos holandeses se estabelecerem em São Luis e mais uma vez os portugueses expulsaram os forasteiros.
     Um detalhe - no centro histórico a fiação elétrica é subterrânea para não afetar o visual do casario do estilo e da época colonial portuguesa.
     PALÁCIO DOS LEÕES  -  Um prédio muito imponente perto do mar, num lugar que tinha sido no passado um forte para rechaçar eventuais ataques de inimigos por mar.   O prédio está em pleno uso pelo governo do Estado do Maranhão.   Parte do mesmo é aberto a visitação e circulamos pela área que é bem interessante.   Tem um variado mobiliário, decorações e obras de arte como tapeçaria, artes plásticas e afins.       O teto foi rebaixado para comportar o ar condicionado de forma mais econômica, mas procuraram até certo ponto respeitar a forma do teto acima.
     CASA DE GRAÇA ARANHA -   O escritor passou parte da vida morando num sobrado perto da praça onde tem o Palácio dos Leões e o Palácio da Justiça.      Por falar em Graça Aranha, o guia disse que o Maranhão tem vários escritores famosos e intelectuais da época colonial que foram estudar na Europa.   O acesso de navio na época, devido às correntes marítimas favoráveis a partir do Maranhão, era muito mais fácil rumo a Portugal do que ao Rio de Janeiro que era a sede do governo do Brasil.
     IGREJA DE NOSSA SENHORA DA VITÓRIA  -  teria demorado quase trezentos anos para ficar pronta.  1629 a 1922.  É um prédio bem imponente e está em atividade e aberta à visitação.    Diz  o guia que na época era praxe em Portugal considerar a igreja pronta quando tivesse inclusive duas torres e esta igreja teria sido construida com uma só para conseguir mais verba e mais verba de Portugal para a obra.   Já existia (claro!) o jeitinho brasileiro...     N.Sra. da Vitória - Padroeira de São Luis.    O padroeiro do Maranhão é São José de Ribamar   (nome inclusive do José Sarney)
      CASARIO  -  com os revestimentos da fachada em azulejos portugueses.    O curioso é que os azulejos, além de decorativos, tinham também uma finalidade prática de evitar o bolor das paredes num lugar perto do mar, sempre exposto à umidade.   Belos casarões, a maioria deles muito bem conservados.     Os telhados com eira e beira.   Aquelas fileiras de telhas que fazem a água de chuva pingar longe das paredes e das sacadinhas.   Casarão com eira e beira era símbolo de casa de nobre.
     Sobrado - consta que seria porque na parte térrea teria espaço para o comércio e o que havia sobrado, acima, seria destinado à moradia do dono.
     PALÁCIO DA JUSTIÇA -   O Forum local é um prédio bastante imponente e bem conservado na sua fachada.  Não visitamos o prédio por dentro, o qual está em atividade.
     LARGO DO CARMO -   Na esquina do largo da Igreja do Carmo, há um casarão de dois andares que seria o maior casarão colonial português no Brasil.   Imponente.
     TEATRO ARTHUR DE AZEVEDO -   Visitamos o prédio que foi feito por empresários no passado e depois não conseguiram mantê-lo e repassaram para o poder público.   Sempre funcionou e está em ótimo estado.   Vistamos por dentro o teatro, com visita inclusive aos camarotes.   Valeu a pena.
    Consta que o Teatro seria construido de frente para a praça do Carmo e a Igreja teria vetado por ser uma casa profana na praça que era de cunho religioso.    Fizeram na rua lateral, no meio do quarteirão.
     O Teatro seria de 1817 e tem 756 lugares e foi construido quando a cidade tinha apenas 8.000 habitantes e teriam feito para aproximadamente 10% da população a sua capacidade.   Bem ambicioso.
     No centro histórico são ao redor de 3.500 casarões tombados pelo Patrimônio Histórico.  É Patrimônio Histórico da Humanidade o centro histórico de São Luis.  Tem normas para uso, conservação e restauração.
     Terra de Humberto de Campos (escritor), poeta Ferreira Gullar e outros mais.   Valeu a pena visitar o lugar e seus monumentos.     Em tempo, fomos também ver o Museu da Cultura Popular onde monitores treinados explicam as peças, a maioria focadas em temas afros como candomblé.  
     

     

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

TUTA - UMA PERSONALIDADE PURA DE ALMA QUE VIVEU PELAS RUAS DE MAUÁ-SP

TUTA - UMA PERSONALIDADE PURA DE ALMA QUE VIVEU PELAS RUAS DE MAUÁ-SP
Por Orlando Lisboa Almeida.

     Eu sempre tive um carinho especial em relação àquelas pessoas simples que vivem pelas ruas das grandes ou mesmo das pequenas cidades.  Podem haver muitas razões para eles viverem nas ruas e no caso do nosso heroi Tuta, me parece que ele ficava na rua mas não morava na rua.   Ele tinha uns neurônios a menos, mas era uma pessoa de bem que não fazia o mal a ninguém - pelo contrário - vivia cuidando dos carros na Avenida Barão de Mauá, esquina com a Praça XXII de Novembro.   Isto lá pelos anos 70.    Claro, estatura media, magro, cabelo curto, era visto diariamente por aquele trechinho do centro de Mauá.    
     Ganhava uns trocos para cuidar dos carros estacionados e reforçava o ganho com um baldinho de água e um pano meio encardido.    Costumava dar um trato jogando um pouco de água no carro (uma benzida), uma esfregada com o pano e ao menos a poeira saia e o carro ficava quase novo em folha.   Ou nem tanto, mas melhorava.  E ficava a cargo do freguês dar uma gorjeta ou não.  Geralmente saia a groja.
     Pois consta que um dia três amigos bancários ali no pedaço (um do Noroeste, outro do Bamerindus e um do São Caetano), resolveram fazer uma pequena sacanagem com o Tuta que seria palmeirense roxo.    O sonho dele era jogar no Palmeiras.   Pois os amigos forjaram um "documento" que constava ser um "Atestado de Óbito" e no texto dizia que o Tuta estava apto para jogar em qualquer time profissional e no Palmeiras em particular e que ele estava CONTRATADO.   E Fizeram um cheque Mandrake com um valor tipo doze milhões "visado" em nome do Tuta.   Este ficou em estado de graça e exibia seu "Atestado de Óbito - Contrato com o Verdão" e o seu cheque.   Dizia que dali a poucos dias seria sua estréia triunfal.   
     Esse episódio passou, o tempo passou e o Tuta continuou mesmo dando um duro por ali.      Consta que numa noite de inverno ele teria dormido na rua   (nunca constou que ele bebia bebida alcoólica) e teria sido encontrado de manhã morto, sentado, encolhido, recostado na porta de uma loja ali do centro onde ele costumava ficar cuidando de carros.       Para mim e para muitos, o Tuta não morreu e não morrerá nunca - na nossa memória.    Muito axé, amigo Tuta!   Esteja bem, onde estiver!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

TURISMO NOS LENÇOIS MARANHENSES (II) RIO PREGUIÇA

    
                                                   
      Foto do Caburé -  restinga, tendo o Rio Preguiça à direita e o Mar à esquerda.
          Foto by:  http://www.google.com.br/imgres?imgurl=https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkyDR9fgOv3KCGMAX1P3JXb6ILfhb278JpyPcvtMtXWadhyBnljrLSeSaZQSkNYDPwWP7CXPDi6VW_6eG1gKFjKnYG99qLC4jqAcC2dy4a00l4J5POJWHQxK2noeTIssXbUN5YlJpcRGXW/s400/cabure_len%25C3%25A7%25C3%25B3is+maranhenses.JPG&imgrefurl=http://jornaldaparnaiba.blogspot.com/2012/12/lencois-maranhenses-mandacaru-atins.html&h=1200&w=1600&sz=1155&tbnid=4YMmnUZOP3m_KM:&tbnh=87&tbnw=116&zoom=1&usg=__JoLnI2LoIOGBqhP_fAT4j_jniEo=&docid=45CrkBIjbOI3wM&sa=X&ei=3Y0nUvf-H5KK9gS4k4GIBA&ved=0CFwQ9QEwDg&dur=2412#imgdii=4YMmnUZOP3m_KM%3A%3BFIs4Ani74mK3UM%3B4YMmnUZOP3m_KM%3A               


 Fizemos um pernoite em Barreirinhas-MA que é um portal de entrada para conhecer os Lençois Maranhenses, um formidável conjunto (155.000 ha) de dunas que na época das águas abriga uma infinidade de lagoas de água doce das chuvas.   O lugar é ímpar e deslumbrante.    Na matéria anterior eu falei sobre as dunas em si.   Hoje vou falar um pouco do passeio que fizemos numa "voadeira", como são chamados esses barcos de alumínio com motor de popa (acho de uns 75 HP) que navegam a uns 50 km por hora, se bem que marcam velocidade na água em milhas náuticas.   
     O passeio dura umas oito horas, incluindo o tempo de almoço no trecho.     No pacote que adquirimos - o mais usual - é ir de voadeira, todos com seus coletes salva vidas, com bom nível de segurança.    E o rio não tem ondas até porque é de planície e já está perto do mar.   São quase 40 km de viagem com três paradas a saber.
     Antes de falar das paradas, é bom dizer que as margens do rio são preservadas e se vê mata dos dois lados o tempo todo, o que é muito agradável.     Vi poucos pássaros, apesar de ver muita mata no trecho.    Quando vamos chegando meio perto do mar (coisa de uns 6 km) começamos perceber que os coqueiros da mata vão desaparecendo porque nesse local a água é misturada com a do mar e o sal muda o ambiente.   E somem os coqueiros, mas há muita mata com raizes aéreas comuns de mangue, sendo que essas raizes ajudam a planta a respirar.
     Na ida, de voadeira, tirando as paradas, é ao redor de uma hora de viagem.    A primeira parada fica onde o rio tange a primeira duna dos Lençois Maranhenses nessa região.   Nesse ponto chamado de Vassouras (um tipo de mato de lá), há um micro povoado com uma lanchonete que serve o básico de cerveja, refrigerantes, água de coco, etc.    Ali se faz uma visitinha às dunas e depois segue-se em frente de voadeira rio abaixo, rumo ao mar.   Uns macaquinhos domesticados no restaurante dão um show à parte para os turistas.
     A próxima parada já é bem perto da foz do rio, à esquerda, na comunidade de Mandacaru (nome de um cacto do nordeste).   Lá tem uma povoação com escola e tudo.     E o marco lá é um farol feito de alvenaria, datado de 1909, em ótimo estado, aos cuidados da Marinha.   É aberto à visitação pública e dá para subir os seus 160 degraus de forma muito segura (escada helicoidal interna com corrimão) e ter acesso à sacada circular em torno de todo o farol.   Vista para a mata, o rio e o mar.     E no barzinho de Mandacaru, junto ao cais, batidinhas, sendo que a mais procurada é uma caipiroska com caju.  Experimentamos e estava muito boa. 
     A outra parada foi logo do outro lado do rio, perto de Mandacaru, no micro povoado de Caburé.  Nome emprestado de uma coruja que vivia na região e que fazia ninho em tocas na areia.    O povo foi entrando por lá e as corujas deram no pé ou bateram asas para ficar fora do perigo.
     Caburé fica numa restinga que é um filete de terra (na verdade areia do mar) de uns 300 metros de largura que separa o Rio Preguiça do mar.   Um lugar muito lindo.    Restaurante rústico coberto com folhas de palmeiras e galpão com redes de descanso ao lado para os turistas curtirem os momentos depois do almoço.       Energia lá é de gerador e por isso os preços de tudo são meio salgados, mas dá para sobreviver, afinal o paraiso é raro e caro.
     Banho de mar, almoço de comidas típicas (baião de dois, carne de sol, etc), deitar na rede e lá pelas 14.30, caminho de volta.   Mais uma hora de voadeira até retornar a Barreirinhas.    Um passeio de deixar saudades.    Lindo demais.
     

             orlando_lisboa@terra.com.br


terça-feira, 3 de setembro de 2013

VIDA DE MISSIONÁRIO NÃO É MOLEZA!

COISAS DA VIDA 
Dois missionários com formação de terceiro grau e muito mais, estão em missão pelos rincões de um estado do Centro Oeste do Brasil. Mais Oeste do que Centro. Num lugar ermo, os dois encontram numa estrada de terra um carro encalhado e resolvem dar uma mão aos do carro. Chegam a entrar debaixo do veículo para amarrar corda, coisa e tal, de forma que conseguem ajudar e fazer o carro sair do atoleiro. Os do carro, no momento de agradecer pela enorme mão, deixam escapar essa: Pois é, sabiam que chegaram dois bestas por ai pra pregar? Devem ser uns comunas ou coisa do tipo. Os missionários olham para os do carro e dizem: Pois é. Ele aqui é o Besta 1 e eu sou o Besta 2.