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sábado, 28 de fevereiro de 2015

CONTRAPONTO AO PESSOAL DO "ORGULHO HÉTERO"

Como leitor aplicado, acabo lendo um bocadinho de cada tema e dentre estes, o tema da defesa das minorias, o que é muito razoável e civilizado. Já disse antes, mas vale lembrar. A convite da filha que é Mestre em Antropologia, fui assistir uma palestra do ativista e deputado Jean Wyllys. Ele veio falar aos acadêmicos de Comunicação Social da UFPr em Curitiba e sua presença lotou o auditório. Como de costume, levei caderneta para anotações e fiz uma resenha das falas dele que é jornalista, historiador, docente universitário, doutorando em Antropologia do Consumo, deputado federal e ativista pelas minorias e pela cidadania. No livro dele chamado Tempo Bom Tempo Ruim ele conta sua trajetória e a luta pela sobrevivência sendo discriminado por ser gay. O livro fala de defesa das minorias em particular e cidadania em geral. Sobre especificamente o Orgulho Gay ele deixa claro o seguinte: (tento reproduzir aqui de memória). Que as minorias são tão discriminadas, inclusive pelos próprios familiares e dá para imaginar então como ocorre o massacre psicológico dessas pessoas. Sofrem muito e a auto estima vai a zero. Diante de tudo isso, a proposta do movimento organizado das minorias inclui medidas para MELHORAR A AUTO ESTIMA dos mesmos e dentro desse contexto se explica o chamado ORGULHO GAY. Não é orgulho no sentido de se achar mais que os outros, mas no sentido de trazer a auto estima para o nível da IGUALDADE COM OS DEMAIS CIDADÃOS. Como pesquisador autodidata e leitor eclético, achei esse posicionamento deles bastante sensato. Por outro lado, falar em ORGULHO HÉTERO é provocação, inutilidade e ignorância, ao meu modesto ver.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

AVANÇAMOS A PASSOS LENTOS


Gosto muito da história e mesmo das memórias de viajantes do Brasil de ontem. Vejamos uns pequenos exemplos. Consta que o cientista Saint Hillaire (botânico) em visita pelo BR entre 1816 e 1822 e numa dessas andanças, esteve na região de Paranaguá. Por acaso lá também tinha os senhores e os escravos. E o tal cientista não deixou passar em branco algo que viu por lá, que é de deixar pasmo. Diz que os escravos que viu, usavam um tipo de mordaça para evitar que os mesmos comessem terra, por desnutrição crônica. Cita que era comum ver os negros rolando no chão, ingerindo poeira com seus minerais. Ao ponto da autoridade religiosa, tentando tapar o sol com a peneira, fazer uma recomendação expressa de que quem comia terra não iria para o céu... Cena dois - lido de um jornalzinho de um "merreis" aqui de Curitiba, onde achei uma "joia" da mesma região de Paranaguá de "ontem". Uma crônica dizendo que a cidade estava muito desprovida de árvores, que poderiam dar um pouco mais de conforto aos soldados que montavam guarda na praça. Calor do litoral, imagina uma cidade com poucas árvores. E o cronista diz que antes havia na praça frondosos pés de laranjeiras e que foram todas cortadas por um Intendente Mor, major Fulano (cita o nome da fera, mas não me recordo o santo), teria mandado por abaixo os pés de laranjeira da praça para ele poder, do seu sobrado, enxergar tudo que se passava nos arredores.
Vai daí, que hoje em dia não precisa mais excomungar pessoas por comer terra e muito menos cassar o mandato de um Intendente tão poderoso que colocava as árvores no chão. Então dá para ver que de uns 200 aninhos pra cá, melhoramos um bocadinho, mas tem chão ainda.... como diz um famoso locutor esportivo da TV: SEGUE O JOGO.....

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

FIM DOS ANOS SETENTA - E O BANCÁRIO PAGOU O PATO


FIM DOS ANOS SETENTA - E O BANCÁRIO PAGOU O PATO
Por Eng.Agr. Orlando Lisboa Almeida
Umuarama-PR, ano 78 por aí. A moçada dava duro na semana e nos fins de semana era a balada com a receita e o sabor da época. Muito bancário pelo meio, futebol de salão, suiço, serenata para celebrar o fim de semana, com música ao vivo e toda galera cantando junto, afinal depois da segunda cerveja, toda voz é afinada e não tem gente inibida.
Num belo dia o futebol e a festa era em Pérola, num sítio. Jogar contra o time do Bradesco de lá, se bem que o jogo era só a desculpa. O que mandava era a festa e no sítio tinha inclusive uma pequena piscina abastecida por água corrente do córrego. Muitos dos colegas da festa moravam na República Carcará lá de Pérola, pertinho do centro e cercada com "balaustras" de madeira, muito comuns na época. Na volta da festa, os carros lotados voltando para a cidade para completar a festa lá na Carcará. No caminho voltando do sítio, uns da turma viram um pato (acho que viram dois, um real e um por efeito da cachaça). E para o carro, desce uma turminha, cerca de cá, cerca de lá e levam o pato, sem nem ver se o dono viu ou não. Nada relevante.
Na Carcará, todo mundo encharcado, uns partem para o banho meio coletivo e colocaram inclusive o pato debaixo do chuveiro, com direito a pinho sol e tudo o mais. Naquele dia até a cerca de balaustra da frente da Carcará veio abaixo no puro fogo amigo. Uma botinada e a cerca veio pro chão. O que a marvada não faz!
No outro dia, segundona braba, de sol e tudo o mais, e toda a moçada aplicada no trabalho, já que sem trabalho não tem salário e sem grana não tem festa. Meio do expediente do Bradesco de Pérola e entra um cidadão bufando, querendo falar com o Gerente, reclamar sobre o pato. Alguém teria que pagar o pato. Uma comoção geral na agência, mas quem seria pego pra Cristo, quem pagaria o pato? O do sítio disse assim. Olha, eu sei que uma parte da turminha que levou o pato é daqui da agência e não me recordo quem. Mas.... um é aquele japa ali... A casa do japa caiu. Foi bem assim.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O GARRAFÃO DE SUCO DE UVA QUE VEIO DE LONGE

                        (foto ilustrativa retirada da internet)

Por Eng.Agr. Orlando Lisboa Almeida
82, 84 por aí. Morava em Umuarama na Zona dois, umas três quadras do Supermercado Planalto da Avenida Paraná, de esquina. Pintou uma excursão para Floripa e lá vamos nós. Praia pra que te quero! Excursão com gente conhecida é festa na viagem, festa no destino e festa na volta. Certo que a pessoa chega pregado, mas renovado. 
Eis que ao passar, retornando da viagem, pelo Restaurante Sinuelo em SC, fizemos um pit stop para água do joelho, esticar as pernas, lanche e tomar um ar, afinal naquela época o ar condicionado não nos pertencia em ônibus. Era janela e olha lá.
No Sinuelo, vi uma porção de garrafas e garrafões de vinho e suco de uva com a marca do local: Sinuelo. Achei legal e comprei um garrafão de suco de uva e trouxe com o maior cuidado no ônibus. Pra exagerar um pouco, vamos dizer que trouxe o garrafão "entre os dois pés". O tal chegou inteirinho em casa. O preço, gravado na minha cabeça. No outro dia vou ao Mercado Planalto vizinho de casa e olho lá e vejo o suco de uva da mesma marca e mesmo tamanho.... só que o preço era Mais Barato. Resumindo: Não se ganha todas nesta vida.


     OBS - Esta modesta crônica faz parte de uma pequena série que estou fazendo para a página Umuarama Memoria no Facebook.                Umuarama-PR

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

GINCANA DO COLÉGIO SÃO JOSÉ - APUCARANA - PR - ANOS 90



GINCANA DO COLÉGIO SÃO JOSÉ - APUCARANA - PR - ANOS 90

Por - Eng.Agrônomo Orlando Lisboa Almeida

Lá pelo ano de 1996 minhas três filhas eram alunas do Colégio São José, sendo que uma fazia o maternal no Girassol que era do mesmo grupo. Naquele tempo era muito esperada a Gincana que a turma do colégio promovia anualmente. Agitava meio mundo na cidade e os pais de alunos - não basta ser pai, tem que participar - entravam na dança, às vezes literalmente na dança!
Foi numa dessas gincanas que uma das nossas filhas estava num grupo de alunos compondo uma animada Equipe que iria apresentar um tema que tinha algo de Rock com dublagem, coreografia e tudo o mais. A turminha passou um bocado de dias no contra turno da aula, se reunindo em casa ou na casa dos demais integrantes, visando deixar tudo nos conformes para o esperado dia, ou melhor, para a esperada noite de gincana. Chega o dia, a filha avisa a mãe. Mãe, você vai fazer parte da nossa apresentação hoje à noite lá na Gincana. A mãe, admirada: Mas como, vocês ficaram esse tempo todo ensaiando aí e eu nem sei do que se trata. A filha acalma: Na hora você vai ver que seu papel é fácil, fácil.
Cenário pronto, luzes no lusco fusco, turminha em cena. Rock pesado e no meio do palco, nada mais nada menos que um caixão de defunto, tudo a ver com rock pesado, uai. E dentro dele, com todo desconforto do mundo.... uma mãe mais incomodada que mãe que perde a criancinha na praia lotada. Na apresentação, a mãe tinha que, no desfecho sair do caixão e acenar para o público junto com a turminha da Gincana. Encerrada a gincana,  para completar a tortura, a mãe tem que  botar o caixão na Parati branca e devolver a bagaça lá na funerária. Só por Deus.....


     OBS  -   A foto é do evento Gincana no Colégio São José, só que relativa a 2009   (ilustrativa do texto apenas)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

O CAMINHONEIRO E A TECNOLOGIA - APUCARANA - PR DE ONTEM


O CAMINHONEIRO E A TECNOLOGIA - APUCARANA - PR DE ONTEM

Por: Eng.Agr. Orlando Lisboa Almeida

Era lá pelo ano de 95 e nem faz tanto tempo assim. Estava visitando uma empresa conceituada de Apucarana no ramo de processamento de milho. Alguém me conta algo que sucedeu com um caminhoneiro que tinha trazido uma carga de milho para a empresa e viveu um embaraço curioso. Aqui interessa o milagre e não é o caso do nome do santo. Época de safra, lá por fevereiro, fila de caminhões para descarregar e sabemos que tempo é dinheiro. O caminhoneiro, chegou a vez, passou pela portaria, pegou o ticket da balança e descarregou a carga. Agora era passar de novo na balança da portaria, pesar de novo o caminhão vazio e ver o peso final e ripa na chulipa. Peraí! Tinha um probleminha e o motorista tinha que sentar e esperar. O que sucedeu? A empresa tinha a sede na distante Goiás e o sistema informatizado, inclusive a balança, era interligado. E O SISTEMA CAIU!!! E naquele momento, segundo consta, não havia plano B. Era sentar e esperar e a solução dependia da sede em Goiás!  Imagina o parto que foi o esforço do balanceiro para tentar explicar (e convencer!) o caminhoneiro que ele tinha que esperar porque o "Sistema Caiu". Eu não queria estar na pele do balanceiro. kkkkk

domingo, 1 de fevereiro de 2015

UMUARAMA ANOS 70 - VAI UMA ANTÁRCTICA OU BRAHAMA?


Era ao redor do ano de 1979 e eu morava na república onde um dos colegas era o Cláudio Veque, então gerente das Casas Buri em Umuarama - PR. Ele integrava o CDL Clube de Diretores Logistas da cidade e havia reuniões de vez em quando. Um belo dia, sou convidado para acompanhar uma reunião do CDL com jantar no Restaurante Tupã, do Geremias. O restaurante ficava na Avenida Castelo Branco, ao lado do Bosque do Índio.
Naquele tempo a disputa pelo mercado de cerveja era bem polarizado entre a Antárctica e a Brahama e se não me falha a memória a Skol ainda não estava no mercado local.
Na nossa reunião, porta fechada só para o evento do CDL na Churrascaria, rolou a prosa de praxe e em seguida - enfim! - a cerva gelada, que ninguém é de ferro. Os dois garçons entram de bandejas cheias e vão colocando na mesas dispostas em U, com umas trinta pessoas, uma cerveja já aberta a cada passo. Num piscar de olhos, toda a mesa estava servida. E entre os presentes, os dois proprietários das duas revendas rivais de cerveja, ambos velhos conhecidos da turma e sócios do CDL. Como as cervejas servidas foram todas de uma das marcas, o concorrente chamou o garçon no pé da orelha e no cochicho deu uma ordem. Os garçons imediatamente passaram recolhendo todas as cervejas abertas e substituíram pela marca concorrente para a surpresa dos presentes. Ninguém contestou nada, afinal a cerveja era parte do pacote e tinha cerveja gelada na mesa e - como diria o Milton Neves da TV - segue o jogo.... Foi assim e eu estava lá entre os presentes. Não me recordo se naquela noite tomei A ou B, Antárctica ou Brahama.