Fui com a família a Curitiba para o casamento de uma amiga da família no sábado passado. À tarde, enquanto as mulheres estavam no salão de beleza por horas, resolvi ir visitar o Museu Oscar Niemeyer, também chamado de MON e de Museu do Olho, por causa da forma de um grande olho na arquitetura da obra do museu.
O MON tem acervo próprio e exposições temporárias, com obras itinerantes. Na ocasião da minha visita, um dos destaques era as gravuras de Goya, o renomado pintor espanhol. Todos os quadros do tamanho de um caderno pequeno, em preto e branco, sempre com legenda do autor. As obras relembram as charges dos nossos cartunistas atuais. Fina arte nos traços e crítica mordaz nos textos. Muito interessante.
Em outra sala, fotos em preto e branco do europeu Antanas Sutkus. A coleção ganhou o título de “Um Olhar Livre”. Fotos de rara expressividade, geralmente captadas no cotidiano das pessoas, de gente simples.
Numa sala, maquetes e traços do arquiteto Oscar Niemeyer. Maquetes de algumas das obras dele que já estão construídas no Brasil e no mundo. Há até mesquita construída no mundo árabe, concebida pela genialidade do renomado Niemeyer.
Numa sala, muitas esculturas em bronze, madeira, metal, cerâmica, etc. Obras de muitos autores conhecidos e não conhecidos do grande público.
Na parte de artes plásticas, entre outras, um quadro da pintora brasileira Djanira que, se me lembro, foi contemporânea de Tarsila do Amaral. Era permitido fotos, desde que, sem flash e eu consegui tirar algumas com o celular.
A exposição de maior impacto para mim foi a “Brasilianas” da Fundação Itau Cultural. O Sr.Olavo Setúbal, que foi o majoritário naquele banco, foi colecionando por anos obras de arte e peças que ao seu ver ajudaria a contar a história do Brasil desde a sua colonização. Dentre as obras, tem até um brasão original (aproximadamente de 80 x 80 cm) que pertenceu a Maurício de Nassau. Há uma coleção de moedas pequenas, quadradas, que circularam em Pernambuco no tempo dos Holandeses.
Ainda no tema Brasilianas, livros originais editados na Europa, com gravuras da nossa fauna e flora retratados por naturalistas europeus que fizeram expedições científicas ou exploratórias pelo Brasil colônia. Um desses foi Martius que deixou editado um livro que é traduzido para o português e é muito interessante para se ter uma visão de como era o cotidiano do povo “no Brasil” antes de ser o povo do Brasil.
Achei que a “Joia da Coroa” da coleção Brasilianas é uma coleção de doze volumes, em tamanho enorme (uns 40 x 60 cm), impresso na Holanda ou na França, ricamente ilustrado com mapas da América do Sul, destaque para o Brasil dos primeiros tempos.
A Fundação Itau Cultural editou um livro com o nome de Brasilianas, que tem ao redor de 700 páginas e umas 2.500 ilustrações e traz um resumo do material que consta na exposição. Consultei depois na internet e o livro está no mercado por preços ao redor de R$.170,00, por ser bastante ilustrado, o que encarece bastante a obra. Vou tentar adquirir um exemplar para consulta.
O ingresso no MON custa quatro reais para adulto, dois para estudantes e eu não paguei nada, por causa dos cabelos brancos. Idoso não paga. Um passeio que recomendo. Visitar um museu é viajar no espaço e no tempo.
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