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domingo, 19 de dezembro de 2010

O SABIÁ, O BEN-TE-VI, O CHUPIM E A PRAÇA DE MARINGÁ


                                                   
                                       (foto do www.google.com.br/images)

   Sou cliente da Banca do Gaucho que fica na praça "da Pernambucana" como chamam, apesar que a praça tem o nome de Napoleão Moreira que foi um político do passado de Maringá.   Aliás, Maringá  é uma cidade tão jovem e dinâmica que ainda não deu a devida importância à sua própria história.  A praça então não tem placas com o nome nas esquinas e ninguém sabe o nome.   
     Aqui quando alguém sugere o tombamento de um prédio histórico, vem as autoridades com um trator enorme e colocam o prédio no chão.   Pronto!   Tá tombado.    Tomara que essa maré passe e que passemos a cuidar melhor do nosso patrimônio cultural.  
    Voltemos à Banca do Gaucho.   Eu que passo em frente à banca todo dia e já sou amigo do Sr.Mateus que cuida dela, dias atrás estava atravessando a Avenida Duque de Caixas e ele me chamou para ver uma cena interessante.     Um sabiá, que vive por ali e tem criado filhotes, descobriu que bem em frente à banca, num boeiro cheio de folhas secas, etc.se criaram muitas minhocas.    E o sabiá, que gosta de minhocas, achou um jeito de ciscar ali e se fartar de alimento da hora.   Se fartar e levar para seu ninho que fica por perto.    Eu vi o sabiá em ação naquele lugar tão movimentado.
     O Sr.Mateus disse que já presenciou várias vezes o ben-te-vi que faz ninho no coqueiro do canteiro central em frente à banca, ficar de olho e quando o sabiá achava uma minhoca no boeiro, o tal espertinho dava um vôo rasante e lá se ia com a minhoca alheia.    Restava ao sabiá ciscar outra.   
     O boeiro sem manutenção, cheio de folhas e matéria orgânica, só não tem minhoca sempre, porque os taxistas desavisados, lavam o carro com uns produtos químicos e as minhocas saem em desespero para o asfalto, conforme disse o Sr.Mateus.      Depois a natureza dá um jeitinho e logo elas ressurgem em quantidade, para o sustento do sabiá e para a esperteza do ben-te-vi.
     O Sr.Mateus, que deve ter um pé na roça, observador da Natureza que é, disse que já viu em frente à sua banca, um sabiá tratando de uns filhotes de chupim.    O chupim é um pássaro preto do tamanho do sabiá e que costuma fazer uma sacanagem das grandes com outros pássaros, inclusive com o tico-tico.     Quando o chupim acha um ninho de outras aves, ele bebe os ovos e coloca os seus nesse ninho e a dona do ninho, coitada, choca com seu jeito e coração de mãe e como não tem preconceito de cor, sendo ave parda como o sabiá e mesmo o tico-tico, não estranha e cria o guloso filhote de chupim que é visto batendo as asas de bico aberto, atazanando a vida da mãe adotiva, sempre pedindo mais e mais comida...
     Daí que se diz que alguém que vive nas costas dos outros é um verdadeiro chupim...
     Pois segundo o Sr.Mateus, tem também chupim por aqui pela praça, inclusive.

sábado, 11 de dezembro de 2010

EM BELO HORIZONTE, OBRAS DE OSCAR NIEMEYER I




    Foto:   Poliana Lisboa


     Obras do arquiteto Oscar Niemeyer - Igreja de São Francisco de Assis - margem do Lago da Pampulha

     Eu não conhecia BH mas sempre que se fala naquela capital, um dos pontos de destaque é a Lagoa da Pampulha e ao ir visitar aquela capital, coloquei a Pampulha no roteiro.   No entorno do lago cujo perímetro tem ao redor de 15 km, bem cuidado e urbanizado, há bairros com ótimas casas de frente para a Lagoa.    O destaque fica por conta das várias obras do arquiteto Niemeyer como a Casa de Baile, o Museu da Pampulha, a Igreja de São Francisco de Assis e o Iate Clube.
     Diga-se de passagem, BH tem alguma preocupação em dar um certo apoio logístico aos turistas e um desses aparatos é um bem montado quiosque hexagonal com tijolos à vista nos pilares e paredes de vidro e cobertura em telhas cerâmicas.   Lá dentro, pessoas para dar informações turísticas e guias impressos para distribuição aos interessados.     Como nos vidros não ficava claro o lugar da porta, sugeri que se coloquem tarjas próprias nos vidros para evitar que as pessoas se confundam ao tentar entrar no quiosque.    Afinal, cada vez mais haverá gente da melhor idade passeando e todo o cuidado ajuda.     
    Voltando à Igreja de São Francisco.    Feita na década de 40 pelo renomado arquiteto que é comunista com um desenho super inovador, demorou para receber a benção da Igreja Católica.   Só depois de ao redor de duas décadas, passou a ser incorporada ao aparato da Diocese local.
     A igreja é pequena, foi restaurada recentemente, não tem os bancos internos e funciona atualmente mais como um pequeno museu pois o prédio em si é uma obra de arte de raro valor.    No fundo do local do altar, um mural enorme de Cândido Portinari, numa representação de São Francisco retirando as vestes num ato de rompimento com os bens materiais para viver na pobreza e fraternidade.   Só que a obra não pode ser fotografada   (falo do mural dentro da igreja).     Tem nas laterais internas pinturas em cerâmica em tom de azul como nas cerâmicas portuguesas, cenas com São Francisco e pássaros num nível e peixes mais abaixo.
     Ir na Pampulha é um convite para uma caminhada longa ao longo de sua margem e paradas obrigatórias para ver as obras do mais que centenário Oscar Niemeyer.    Valeu a pena.