Nova Esperança é uma cidade pequena que tem a
particularidade de ter bastante criação de bicho da seda (que se alimenta de
folhas de amoreira) e fica perto de
Maringá-PR. Visitando Nova Esperança a
serviço, no escritório da Emater cuja equipe
técnica da área de agropecuária orienta os pequenos produtores rurais do
município. Pois lá no pátio da Emater
tem um frondoso pé de jatobá, que dá aquele fruto de casca preta, dura. A árvore é muito bonita e o nome é indígena.
Vendo dias trás o
pé de jatobá lá na Emater, me lembrei de um episódio quando meu sobrinho
Rafael, então Rafinha, tinha uns quatro anos e morava na Grande São Paulo. Morava e ainda mora. Indo visitá-los numas férias, levei por
acaso um fruto de jatobá e dei de presente ao sobrinho que ficou curioso com o
fruto raro. Expliquei tudo que sabia
sobre o fruto, que uns chamam de jataí, outros de jatobá, que o nome é
indígena, que a árvore é grande e bonita, que os índios usam a casca do jatobá
para fazer canoa e tudo o mais.
Pois o Rafinha
ficou encantado com o jatobá e colocou o troféu na bolsa de escola e lá se foi
para o maternal. Chegando lá, já em
sala, mostrou o misterioso fruto para a criançada e foi um alvoroço. Todo mundo queria saber detalhes daquele
fruto alienígena, pela aparência. E o
bravo Rafinha já estava dando as primeiras explicações quando a professora deu
um basta e confiscou o fruto e colocou o mesmo em cima de um alto armário. Como alento, disse que iria devolver no fim
da aula. – Nada de tumultuar a aula,
teria dito. Lembrar que era turma
de Maternal e criança de quatro anos não está lá para beabá, nem para dividir e
somar!
Nem precisa dizer
que o Rafinha ficou indignado e teve que cumprir a ordem superior, fazer o
quê! Ao chegar em casa, contou a vitória do
agito frente aos amiguinhos e a frustração pela ação da professora.
Daí me vem a
imagem e os ensinamentos de uma figura ímpar na nossa história meio recente, na
pessoa do grande educador Paulo Freire.
Ah! Se a professora tivesse assistido a ou as aulas que tratavam do
método do Paulo Freire. Bem que ela
poderia aproveitar o entusiasmo do Rafinha e da criançada frente à novidade e
deixar, quem sabe, o menino “dar a aula” em mesa redonda com os
amiguinhos. Uma aula que certamente
jamais seria esquecida por todos e nesse todos poderia estar incluída até a
professora que pode e deve ensinar e pode também aprender em sala e na vivência
pois o que é a vida?
Gostei muito do conto, tio! Não estou lembrado desse episódio na escola mas adorei ler sobre ele! Um forte abraço.
ResponderExcluir- Rafael