Realmente a vida tem dessas coisas.
Sou do ano 50 e no Brasil houve uma aceleração forte de êxodo rural nos anos 60-70. Nós migramos nesta época para uma cidade da Grande São Paulo, distante 45 km da capital. Uma cidade que em 1961 tinha 40.000 habitantes e hoje tem tipo 420.000 habitantes.
Muita gente naquela época veio de tudo que é canto do Brasil, inclusive do interior de São Paulo. Quase toda gente com que a gente conversava tinha migrado para a cidade ou era filho de quem migrou.
E o sonho de quem trabalhava uma vida nas fábricas da região era comprar um telefone, depois comprar um carro popular, depois ir construindo sua casinha e dar algum estudo para os filhos.
E o sonho era aposentar e voltar PRA TERRINHA. Comprar uma chacrinha perto da cidade e viver no sossego.
Só que nessa os filhos já eram nascidos na cidade e não queriam nem ouvir falar em abandonar a cidade onde nasceu, cresceu e fez amizades.
E depois tem aquela da vinda dos netinhos. Daí um "abraço pro gaiteiro". Não tem mais como achar que vai voltar pra terrinha.
Tem que ficar por perto da família ou ficar longe passando saudade e não vendo os netinhos crescerem.
Coisas da vida.
Curitiba PR, 23 de março de 2023
(artigo também disponível na minha página no facebook)
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