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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

OUVIR OS ESCRITORES... BOM TAMBÉM!!!!

     O SESC é pródigo em nos propiciar momentos agradáveis como estes, em que os escritores da região e de mais longe nos visitam para um bate papo muito agradável e criativo com o público.    Vou aqui citar dois casos, pois tem de certa forma algo de semelhante no detalhe do ponto de vista.
     Um dia estava nos visitando o Domingos Pelegrini, escritor e jornalista londrinense.    Disse que quando era criança, lá pelos seis anos, visitou o Maringá Velho, bairro aqui de Maringá, lá pelos idos de "cinquenta e pouco" quando aqui era pouco mais que uma vila de Mandaguari, com um pouco de exagero da minha parte.   E ele notou que no comércio lotado onde o pai conversava com algumas pessoas, da altura dos seus seis anos, enxergando as pessoas na altura da cintura dos adultos, percebeu que praticamente todos os marmanjos ali portavam um revolver na cintura.       Ele ficou abismado com aquilo.    Mal chegou em casa em Londrina e perguntou para o pai porque ele não usava revolver, já que todo mundo que ele viu usava.    Criança é observadora.     O escritor sempre tem um olhar mais detalhado para o mundo ao seu redor - desde criança!
     Um dia mais recente, novamente no SESC Maringá, estavam presentes num evento de literatura os escritores Fabricio Carpinejar e Alice Ruiz, esta que é poeta e também tem feito muitas letras de música e já foi e esposa do poeta Paulo Leminski.        No meio da prosa, sobre o senso de observação do escritor, ele citou o caso de um parente que esteve como preso político no passado no Norte do Brasil.    Disse que o preso ficou mais de um ano num quase calabouço, com o teto pouco acima do solo e podia ver uma fresta da rua.    Por essa fresta, por todo o tempo de prisão, só conseguia ver os pés e os sapatos das pessoas que por lá passavam.     Foi "estudando" o perfil de cada um.    O apressado, o indeciso, o relaxado e por aí vai.  
     Pois bem.   São dois fatos do passado, inusitados, vistos com um olhar de observador.      Achei interessante.  
                                                 orlando_lisboa@terra.com.br

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A HISTÓRIA SE REPETE, INCLUSIVE NA POLÍTICA...

    

Um belo dia eu já devo ter tocado no assunto de como era um computador no meu tempo de universidade (USP) em Piracicaba dos anos setenta.   Lá, entidade de vanguarda, já tinha um reator nuclear em funcionamento e um computador para pesquisa.  Era tão grande que precisava de uma sala só para ele e a temperatura tinha que ser 19 graus (no ar condicionado) para climatizar o ambiente para a tal máquina.   Nesse tempo muitos resultados do computador saiam em "cartões".    Cartões com perfurações.      Agora vamos ao tempo um da nossa historinha:   Ditadura militar, governos nomeados entre os generais, os tais reunidos para escolher mais um.  Diz a lenda que botaram vários requisitos do "candidato" e teriam colocado num computador desses de cartão e a máquina rodou, rodou e no resultado:  nenhum general com tantos requisitos para ser o presidente do Brasil.
     Os generais vão retirando requisitos e consultam a máquina e outras negativas.  Até que ficam de saco cheio e botam lá:   Diacho, ao menos que o cara seja honesto...   A máquina rodou, rodou, rodou e soltou o cartão com esta:   O que mais se assemelha ao que foi requisitado é o Ernesto.   E assim teriam, segundo a lenda, escolhido um tal de Ernesto Geisel.   
     Cena dois:   no Brasil atual, eis que vários ministros andaram pisando na bola ou - como se diz em Piracicaba - norderam a chumbada e misturaram a grana pública com a grana privada.  E deu caca.    Tiveram que puxar a cordinha e defenestrar (botar pela janela) os ministros safados.    Ontem sai num importante Portal de notícias que o PMDB indicou mais de 50 nomes para que a nossa presidente (ou presidenta, como queiram!) escolha um nome para a pasta do Turismo, já que o velho malaco que cuidava da pasta também mordeu a chumbada.       Diz que estão para escolher um da lista "que tenha a ficha limpa", ou seja, mesmo que não tenha outros requisitos para o cargo de ministro.   Basta que seja "honesto".    Então a coisa empata com aquela antigona quando escolheram o raio do Ernesto...

sábado, 10 de setembro de 2011

O CORDEL NORDESTINO - XILOGRAVURA - FORTALEZA - CE


Foto de Orlando L.de Almeida (com celular)



   Eu sempre gostei da cultura nordestina e já li alguns livrinhos de trovas em Cordel.   E um dia ganhei um livro de uma amiga, livro chamado Violeiros e Cantadores, do folclorista Câmara Cascudo, no qual ele documenta muitas trovas e trovadores do cordel nordestino.      A expressão cordel vem do fato de que os autores das trovas vendiam os livrinhos principalmente em feiras e esticavam um cordel para pendurar os mesmos.
     Entre os mais renomados personagens das trovas nordestinas do tempo do auge dos repentistas, destaque para  Cego Aderaldo e Inácio da Catingueira.
      Pois bem.   Visitando Fortaleza-CE, além de curtir as belas praias, andei em busca do cordel e comprei três livrinhos, um deles contando a história do herói cearense Dragão do Mar.     O Centro de Cultura Dragão do Mar, que visitamos, tem muito da cultura do povo local e é um belo e amplo conjunto arquitetônico.   Com direito até a um bem montado Planetário, no qual assistimos uma bela seção exibida com aparelho Zeiss (alemão) de última geração.   Uma verdadeira viagem virtual pelo universo.
Voltando ao cordel.     As revistinhas de cordel sempre foram ilustradas na capa com desenhos geralmente em tinta preta, usando a técnica da Xilogravura, na qual se faz uma matriz em madeira, entalhada em baixo relevo, ficando a parte plana responsável por dar as formas nas figuras que se quer no impresso.
Visitando um prédio histórico que já foi uma cadeia, onde hoje é uma verdadeira feira de artesanato local, numa loja de camisetas, vi a plaquinha acima que é uma matriz para xilogravura.   Registrei na câmera do celular para guardar de recordação.    Tudo isso faz parte da arte daquele povo que tem uma forte identidade rica em peculiaridades.      Muito dez!

orlando_lisboa@terra.com.br