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domingo, 27 de novembro de 2011

UMA FRASE IRREVERENTE E UM MARKETING DO BLOG

     A frase irreverente que achei por aí e não consegui catalogar o autor:   "Comecei um regime faz duas semanas.  Já perdi 15 dias."

     Na estatística do blog aparece o mapa mundi e vem coloridos os países em que houve leitores nos últimos sete dias.   O blog passou de nove mil acessos, o que me deixa feliz, pois há leitores afinal.    Veja o mapa pontuando os leitores.    Nos sete dias mais recentes consta no blog que houve:  Brasil - 118 acessos; USA - 5, Portugal - 4, Canadá - 3; Alemanha - 2 e Rússia - 2.    Em termos de extensão territorial desses países, dá uma fatia e tanto do nosso mundo.   Pela web a gente vai longe!!!        orlando_lisboa@terra.com.br

                                                                   tirado da estatística do blog:

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

NOVA ESPERANÇA (PR) E O VALE DA SEDA


   O nosso Brasil, que é bem novo, com seus quinhentos anos, sempre tem sofrido de alguns males, mas temos feito muitos progressos, se colocarmos um olhar atento ao nosso redor.   Nossa economia vai indo razoável enquanto os países ricos da Europa estão se esperneando e o gigante Estados Unidos não está flor que se cheire no momento.    Ao ponto de milhões de famílias por lá estarem recebendo uma Bolsa Ajuda para o pessoal vencer a crise.    Então temos problemas mas temos virtudes e soluções criativas.
     Visito a região de Nova Esperança-PR, cidade distante ao redor de 42 km de Maringá (com 1 pedágio caro no meio  - 7,50 em pista simples, pagando na ida e na volta!), que é a chamada Capital da Seda.    Diferente de Maringá, Nova Esperança não tem solo roxo, mas arenoso.     Lá antigamente, como aqui, se plantava muito café mas geadas e pragas (nematóides de raiz em particular) ajudaram a varrer o café do mapa local.    Uma das alternativas que o povo de lá achou para as pequenas propriedades familiares foi a criação do bicho da seda.     As lagartas (sirgos) do bicho-da-seda se alimentam exclusivamente das folhas de amoreiras que são plantadas para essa finalidade.    O bom de tudo é que os bichinhos não podem sentir nem o cheiro de agrotóxico e assim a lavoura é isenta desse tipo de insumo.    Bom para a saúde no campo.
     Vou dar um resuminho de como a atividade funciona, para os não iniciados.     Até tempos atrás a indústria da fiação da seda fornecia ovos das lagartas do bicho-da-seda para os produtores e estes faziam a criação.    Nesse tempo, havia perdas porque as pequenas larvas eram muito delicadas.     Adotou-se de certo tempo para cá o sistema da indústria criar a larva até a segunda idade e quando estas entram em processo de muda de pele para crescer (para outra idade), são levadas "dormindo" para o criador - chamado sericicultor.    Este, em barracões específicos, colocam as larvas e sobre elas, ramos frescos de amoreira, único alimento das lagartas.    Elas comem o tempo todo, só parando nos dias de mudança de pele, no que o povo diz que é mudança de idade.   Elas vão até a quinta idade num ciclo aproximado de 30 dias e então param de se alimentar, procuram subir e se fixar em algum lugar seguro para formar o casulo.   O casulo é feito de um só fio de seda de mais de mil metros de comprimento.      Feitos os casulos em estruturas de papelão chamadas "bosques", estes são retirados manualmente e levados logo em seguida para a indústria.  Esta tem que logo depois dar o tratamento adequado aos casulos para que as pupas ou crisálidas não se transformem em borboletas e furem o casulo, inviabilizando o uso da seda pela indústria.    O casulo que sai do sítio é chamado de casulo verde, mesmo sendo em geral branco, porque contém dentro de si uma crisálida viva.      Um kg de casulo verde dá ao redor de 170 gramas de seda.     Atualmente o produtor recebe ao redor de R$.9,00 por kg de casulo verde, dependendo do teor de seda do mesmo.   Em 1 ha de amora, no ciclo de um ano, propicia ao redor de oito criadas de bicho da seda entre setembro e abril, sendo que no inverno a atividade fica em repouso e a própria amoreira praticamente fica sem folhas novas por causa do frio e tempo mais seco.    Ao redor de 800 kg de casulo por hectare (10.000 m2) por ano é o que consegue o produtor da região (sericicultor) que cultiva ao redor de 3 ha.de amora em média.    Dá para ir tocando o barco.        
     Quem é da região, que  tal visitar um cultivo de amora e uma criação do bicho da seda.   Nova Esperança, pela quantidade de pequenas propriedades dedicadas a essa atividade, ensejou a criação da marca Vale da Seda, pois envolve o vale do Rio Pirapó e nesta região há a maior concentração de produção do setor em todo o Ocidente.     Palavras do especialista, nosso amigo João Berdu, que assessora o pessoal do Vale da Seda que pratica o comércio justo e faz artigos de seda como cachecois, echarpes e artesanatos que são vendidos no chamado Comércio Justo até em Paris.     Coisa fina!.      Nestes dias está havendo festa em Nova Esperança para mostrar a produção e comercializar seus artesanatos.   Vai até 20-11 segundo se informa.    Mais detalhes, dá para pesquisar na web.

domingo, 6 de novembro de 2011

OS TURCOS TEM ESCRITOR PRÊMIO NOBEL (II)


                  (fonte da foto:  Wikipédia - foto de Istambul)
   

     Continuando o artigo anterior, onde fiz o destaque dos trechos que achei mais marcantes do livro do Orhan Pamuk, seguem abaixo com as citações das páginas do livro.
     (32)  Sobre o pai dele:  "ele nunca foi um pai cheio de ordens, proibições, controle e castigos, um pai comum, mas sim um pai que sempre me deu liberdade, sempre me tratou com o maior respeito".
     (34)  ..."escrevo porque só consigo participar da vida real quando a modifico."
     (35) -  "Escrevo porque é animador transformar todas as belezas e riquezas da vida em palavras."
     (44) - ..."nosso primeiro desejo é que aquele personagem nos explique quem somos".
     (49) - ... "falar com toda a Alemanha... imaginar os turcos do país juntamente com o mal estar que eles provocam".
     (51) -  Ele cita em destaque o livro "Os Demônios" de Dostoiévski...   "o maior romance político de todos os tempos".
     (53) - ..."também eles (os turcos) acreditam que sua cultura é defeituosa e às vezes até mesmo desprovida de qualquer valor..."
     (54) - ..."essa vergonha, procuro sempre associá-la ao seu contrário, o orgulho".
     (54) - ..."povo humilhado... surgimento de um nacionalismo cheio de orgulho".
     (54) - ..." é compartilhando a nossa vergonha que poderemos nos libertar: eis o que me ensinou a arte do romance".
     (56) - "Os romances nunca são totalmente imaginários nem totalmente reais".
     (59) - "Grandes romancistas - Thomas Mann, Kafka, Dostoiévski e Tolstói"...
     (63) - "Europa, berço do Iluminismo...  liberdade, fraternidade e igualdade"  (não quer aceitar os turcos na Comunidade Europeia)
     (64) - ...(alegam questões de cristãos e muçulmanos)  ..."divorciado da realidade e mais preso ao passado que o futuro".
     (77) - "Para escrever bem, primeiro preciso estar extremamente entediado..."
     (78) - "... os seus ingredientes são o tédio, a vida real e a vida da imaginação".
     (83) - Frase do personagem Keküre:  "tentar explicar tudo é uma espécie de idiotice".
     (84) - "... me distanciar do telefone que toca..."
     (85) - ..." capaz de olhar para o centro das coisas, como só as crianças costumam conseguir".
     (87) -  Istambul, na Turquia, tem mais de dez milhões de habitantes e milênios de história...

                               The End                               orlando_lisboa@terra.com.br
                            

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

OS TURCOS TAMBÉM TÊM ÓTIMOS ESCRITORES - COM NOBEL!

      Como já disse antes neste meu blog, o meu hobby é a leitura em particular, apesar de apreciar a arte de modo geral e fazer uns rabiscos como contista-cronista amador.    Também já disse que desde 1994 comecei, ao ler um livro, fazer os destaques daquilo que achei mais relevante e anotar tudo num caderno capa dura, sempre de 96 folhas, do tamanho de um livro, que cabe na minha biblioteca.  Hoje os caderninhos já contam com oito volumes e não abrigam só leituras, mas visitas a museus, apresentações artísticas relevantes, visitas a lugares históricos e afins.
     Hoje eu vou abir o caderninho e destacar aquilo que achei mais relevante num pequeno livro (mas grande no conteúdo) que contém três discursos do escritor turco Orhan Pamuk.  O livro se chama A Maleta do Meu Pai, editado pela Companhia das Letras, 1ª edição, ano de 2007.    Entre parêntesis, os números das páginas cujas citações aparecem no livro.
     (14)  "O segredo do escritor não é a inspiração - pois nunca fica claro quando ela vem - mas a sua teimosia, a sua paciência".
     (15) -    ..."primeiro precisa sentir a força da história acumular-se dentro de si".
     (18) -    ..."descontentamento é o traço básico que transforma um pessoa em escritor."
     (18) -  "O ponto de partida da verdadeira literatura é o homem que fecha a porta e se recolhe com seus livros."
     (19) - "Regra eterna da literatura:   É preciso ter o talento de contar as próprias histórias como se fossem histórias dos outros, e contar as histórias dos outros como se fossem suas, porque isso é literatura".
     (20) -   ..."frequentar sebos da cidade..."   (usa e recomenda)
     (21) -  ..." me sentir ansioso e de alguma forma inadequado..."
     (23) - ..."meu pai lia romances para escapar de sua vida e fugir para o Ocidente - exatamente como eu faria mais tarde".
     (24) - "o  que é a felicidade"...    (nesta página ele se estende dando um enfoque sobre a tal felicidade)
     (27) - "O escritor fala de coisas que todos sabem mas não sabem que sabem".
     (28) - "Dilemas da sociedade...  falta de terras, a falta de teto e a fome".
     (29) - ..."medos básicos da sociedade: o medo de ficar de fora, o medo de não ser levado em conta".   (eu costumo chamar isso de ânsia de "pertencer", temos que estar em sintonia com pessoas que nos são próximas)
     (30) - ..." um dia nossas obras serão lidas e compreendidas, porque as pessoas do mundo todo são parecidas umas com as outras".
     Para encerrar o capítulo de hoje (deve haver mais um ou dois, já que o livrinho é de apenas 77 páginas e de formato de bolso)
     (32) - "um provérbio turco... cavar um poço com uma agulha".       (paciência, persistência...)

                                 orlando_lisboa@terra.com.br