(tio Alberto que o diga!!!!)
Contista amador Orlando Lisboa de Almeida
Um dos mais proeminentes filósofos da TV brasileira do século XX, com todo deu gabarito, chamado Helio Rubens já dizia e eu repito: - Eu aumento mas não invento.
Vamos aos fatos. Melhor dizendo, vamos à versão que vou dar aos fatos, porque o folclórico José Maria Alkmin, político mineiro dizia que em política não existem os fatos. Existem as versões. Talvez cada versão fosse de acordo com o interesse de momento e da pessoa.
Numa pequena cidade perto de Ourizona-PR, onde se planta muito milho chamado de safrinha, por ser plantado depois da colheita da safra normal, de verão, ocorreu um fato embaraçoso, ao menos ao colega que teve que enfrentar a barra junto ao morto maroto. Eis que um banco tinha um cliente que abriu uma prosaica continha em nome dele e do filho, só deixando de lado o “esprito” santo, que não é dado a ficar por aí neste mundão secular se importando com o vil metal.
O lavrador abriu a conta e, pequeno agricultor, pouco tinha para movimentar a tal conta. Até o dia em que o dito cujo virou “de cujus” e foi pro além. Foi, mas deixou seu filho, também agricultor.
O banco, sabendo da morte do agricultor, tratou de dar um “comando” no computador, para dar baixa no nome do falecido. Por um desses lapsos da vida, acabou dando baixa também no tal segundo titular, o filho, que assim passou à desconfortável condição de morto. Aí começou a bronca.
Um belo dia, depois de tempos da morte do velho e sem grana para movimentar a conta, o agricultor recebeu uma tal ordem de pagamento que entrou na sua conta. Sem talão de cheque, vai faceiro ao banco buscar um talão, “mode” botar a mão numa parte da graninha. Sua alegria durou pouco, ao ficar sabendo que lá no banco constava que ele estava mortinho da silva, fazia algum tempo. Assim morto, não poderia pegar talão, sacar dinheiro e coisa e tal. Nem precisa dizer que o homem, que já era de hábito bastante ranzinza, ficou uma fera. Não sei se rugia ou babava, porque eu não estava lá para ver e se estivesse, ia ficar bem longe pra não servir nem de testemunha.
Há um ditado segundo o qual, desgraça pouca é bobagem. Quando vem, vem de penca.
O tal agricultor resolveu falar com o gerente, o que era muito justo. O bagrinho miúdo que o atendeu, apesar de lhe explicar a falha e se desculpar e tentar encaminhar a solução, não o deixou convencido, nem conseguiu regularizar a situação para que o cliente botasse a mão na sua sagrada graninha. Ficou sabendo que o gerente tinha ido à cidade vizinha, com nome de santo cassado pelo Vaticano, pra tristeza dos corintianos. Ido por uma razão super especial. É que o representante maior do banco no estado do Paraná estava pela primeira e rara vez visitando a praça com nome de santo.
O cliente, não sei se rugindo ou babando, pegou seu corcelzinho 74 e se mandou para onde estava o tal gerente. Lá chegando, foi logo ao assunto, dizendo que o banco tinha dado ele como morto e coisa e tal e que ele estava vivo e irado e que precisava para já, de um dinheiro de sua conta. O tal gerente, com algum embaraço e muita desenvoltura ouviu o cliente e saiu com ele até sua agência para a solução do caso. Nisso, o chefão do gerente acabou sabendo do ocorrido. Ele e os demais gerentes da região que estavam em sua companhia. No mínimo, rolaria depois alguma gozação. Nunca o chefão vem na casa da gente e quando vem, na hora da foto, uma baita queimada de filme dessas. Mas o caso não ficou só nisso, pois o artista ainda não sacou seu dinheiro.
Chegando na agência, gerente e cliente, constata-se que tinha que dar alguns comandos novos no computador para que este passasse a reconhecer que o cliente estava vivo. Depois disso, era encaminhar o cliente à máquina de imprimir talão, conseguir um talão, sacar o dinheiro e pronto. Bem que assim fosse. Pois na hora de imprimir o talão deu um “tilt” na máquina, como diz a meninada e cadê de sair o talão. O cliente ferveu um pouco mais, mas estava perto da grana e de gerente a tiracolo. Foi em outra máquina e conseguiu seu talão impresso a laser, novinho em folha.
O gerente, por cortesia, se ofereceu para colocar a capa no talão de cheque e grampear o conjunto, mas o cliente alegou que ele sabia fazer isso e não precisava de ajuda. Mas o famigerado grampeador estava sem grampo!!! Mais uns graus na temperatura do cliente, o grampo reabastecido, o talão grampeado, o cheque assinado e sacado, a grana no bolso e o cliente foi pra casa assim meio como ferro de passar que, mesmo depois de desligado da tomada, ainda fica tostando por algum tempo.
Essa, com certeza, nosso colega não vai esquecer tão cedo.
Maringá PR, 12 de outubro de 2002. (dia do Eng.Agrônomo)
sábado, 7 de novembro de 2009
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hahahaha, nossa, desgraça pouca eh bobagem mesmo!!!!! :-))))
ResponderExcluirdeu td errado pra todos os envolvidos mesmo!
bjsss