(o símbolo acima foi destacado do site www.arquidiocesemaceio.org.br)
Desde longa data aprendi a acompanhar e admirar o trabalho dessa incansável cidadã brasileira, a médica Dra.Zilda Arns, que tanto lutou pelo bem do próximo e acabou nos deixando por ocasião daquele fatídico terremoto lá no Haiti. Morreu em missão, sempre buscando ajudar os mais necessitados.
Nos tempos em que ela estava em missão, ela que criou a Pastoral da Criança e depois a Pastoral do Idoso, fiquei sabendo que ela estaria aqui em Maringá-PR para uma palestra num evento da UNATI Universidade Aberta da Terceira Idade. O tema do evento era Cidadania e Qualidade de Vida do Idoso no Meio Urbano. Isto foi pelo dia 11-11-2008. Eu estava lá atento, bloco de anotações na mão, anotando e fazendo uma resenha das falas da Doutora Zilda Arns. Ela sempre com um sorriso no rosto e palavras de sabedoria.
Ela falou um pouco da dimensão que atingiu a Pastoral da Criança, que já extrapolou faz tempo as barreiras do Brasil, o que é muito interessante, pois há pobreza em muitos lugares do mundo e o serviço da Pastoral é grande. Depois explicou como surgiu a Pastoral do Idoso. Em resumo, o pessoal da Pastoral da Criança, ao visitar as famílias, notavam que era comum haver idosos em casa que precisavam tanto quanto ou até mais de atenção e orientação do que as crianças. Disto surgiu a idéia de manter o pique da Pastoral da Criança e começar a Pastoral do Idoso, que veio para ficar e vem crescendo sempre, graças a Deus.
Como o tema envolvia o Idoso e a Cidadania, ela deu um exemplo até curioso que "amarra" as duas pontas. Numa pequena cidade do interior do Brasil, formou-se um núcleo da Pastoral do Idoso na comunidade. Por decisão fraterna e participativa do grupo, uma das atividades propostas e colocada em prática para integração do idoso na comunidade foi criar a rotina dos mesmos comparecerem em bloco e de forma sistemática nas reuniões da Câmara de Vereadores. Pois o resultado foi surpreendente. Os vereadores sentiram que o povo estava mais presente, mais vigilante e mais participativo e isto mudou para melhor o comportamento dos nobres vereadores por conta da presença dos idosos. Ganharam os idosos que se integraram melhor entre si e a comunidade e ganhou a comunidade que ganhou uma atuação mais cidadã inclusive dos vereadores.
Isto demonstra que as pessoas tendo boa vontade, tem como colocar a mão na massa e passar da passividade para uma participação ativa na vida da comunidade e ganha qualidade de vida por sair do marasmo. Ficou o ensinamento daquela cidadã que nos deixou, mas seu legado fica para a posteridade.
orlando_lisboa@terra.com.br
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