ilustração by: penasuavedeescrever.blogspot.com
CARTA ENCÍCLICA DO PAPA BENTO XVI
(resenha feita por Orlando Lisboa de Almeida – fevereiro de 2013 –
Maringá –PR)
Foi publicado pela Edições
Paulinas um livrinho contendo a “Carta Encíclica do Sumo Sacerdote Bento XVI
sobre a Esperança Cristã”. O livro
de 85 páginas foi divulgado pelo Papa no dia de Santo André: 30-11-2007.
Segue um apanhado que fiz das anotações
mais enfáticas sobre diversos temas, mas vale lembrar que o conteúdo da obra é
extremamente esclarecedor sobre uma porção de temas e vale a pena ir à fonte
também!
Página 4 -
Povos da antiguidade até seguiam outros deuses, mas estes não ofereciam
esperança.
P.5 – Somente quando o futuro é certo como
realidade positiva, é que se torna visível também o presente.
P.5 – Evangelho... comunicação que gera fatos e muda a vida.
P.6 – Cita episódios de uma santa do Sudão
(África). Aborda sofrimento, conversão
e vida de obras. Há lindas passagens de
fé cristã.
P.8 – Ainda sobre a santa do Sudão, que
era uma ex-escrava: A esperança que
nascera para ela... não podia guardá-la para si; esta esperança devia chegar a
muitos, chegar a todos.
P.9 – Sobre Jesus e o Reino que não é
deste mundo. ...” por isso mesmo,
transformava a partir de dentro a vida e
o mundo”.
P.9 – Num mundo de senhor e servos, Cristo
vem para que sejamos irmãos e irmãs.
P.10 – Se na Carta aos Hebreus se fala
numa morada futura “não significa de modo algum adiar a perspectiva futura...
há que ser fraterno e tentar ajudar a combater as injustiças”
P.10 – O Racionalismo filosófico tinha
relegado os deuses para o campo do irreal.
Cristo vive entre nós, numa diferença fundamental.
P.11 – Não somos regidos pelas forças cósmicas... “deixamos de ser escravos do universo e de
suas leis, então somos livres”.
P.12 – O filósofo era antes aquele que
sabia ensinar a arte essencial: a arte de ser realmente homem, a arte de viver
e morrer.
P.13 – É Cristo quem realmente é o
Caminho, a Luz e a Vida – o rumo a seguir.
“Ele indica o caminho para além da morte; só quem tem a possibilidade de
fazer isso é um verdadeiro Mestre da vida.”
P.13 – No Salmo 22 (ou 23 dependendo da
versão da Bíblia) – Cristo o Bom Pastor.
Cuida, guia. Com ele... “não
devo temer mal nenhum.” Salmo 23, 4
P.16 – Essencial: A fé... “ela atrai o futuro para dentro
do presente... o fato de este futuro existir muda o presente.
P.17 - ... “ a confiança na riqueza
material relativiza-se.
P.18 - ... “ele é realmente o ´filósofo`
e o `pastor´ que nos indica o que seja e onde está a vida.
P.17 – O martírio de uns ou a renúncia,
como a de Francisco de Assis, que deram grandes frutos para a posteridade. Não foram em vão.
P.19 - ... “em Cristo, Deus
manifestou-se”.
19 –
Um desafio para os cristãos batizados:
evangelizar, testemunhar a fé.
“Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, amor e
sabedoria”. Segunda Carta a Timóteo
(1,7). Atitude fundamental do cristão.
20 – Batismo e as perguntas:
- O que pedis à Igreja?
- A fé.
- E o que nos dá a fé?
- A vida eterna.
20 – No mundo atual a vida eterna muitas
vezes é vista como algo não atrativo.
Quer desfrutar a vida no “presente”, o agora...
21 – Aqui o Papa faz uma explanação
interessante sobre a vida e a morte que não dá para resumir em poucas
frases. A dica é beber na fonte. No livro do nosso Pastor.
24 – Vida nos remete a “pensar na
existência por nós conhecida, que amamos e não queremos perder, mas que,
frequentemente, nos reserva mais canseiras que satisfações...”
25 – Sobre alguns que, pela fé,
abandonaram os bens materiais... “na
idade moderna uma crítica sempre mais
dura: tratar-se-ia de puro
individualismo, que teria abandonado o mundo à sua miséria, indo refugiar-se
numa salvação eterna puramente privada.”
26 – Salvação comunitária. Carta aos Hebreus (11, 10-16)
26 – Fala do pecado, cita Santo Agostinho.
26 – Salmo 144 (143) – 15 ...” o
fim dos mandamentos é promover a caridade”.
27 - ... mosteiros como lugares de fuga do
mundo (examinar no contexto do
raciocínio do livro). Procura da
salvação privada.
30 – Homem e ciência e o afastamento da
fé: surgirá um mundo totalmente
novo, o reino do homem (sem Deus).
31 – Idéia de progresso – razão e
liberdade... coloca-se sempre em
contraste com os vínculos da fé e da Igreja.
32 – Cita Emmanuel Kant. ... da fé eclesiástica passando para a fé
racional – chega-se à (fé imediata) expectativa imediata. O ´reino de Deus`chega onde a fé
eclesiástica é superada e substituída pela “fé religiosa”, ou seja, pela mera
fé racional.
34 – Revolução Industrial...
proletariado... Friedrich Engels... Marx recolheu o apelo do momento... Marx,
grande capacidade analítica. O Papa
dá sua visão de onde Marx falhou. O
homem livre... “Esqueceu Marx que a
liberdade permanece sempre liberdade, inclusive para o mal. O homem não é só produto das condições
econômicas nem se pode curá-lo apenas do
exterior, criando condições econômicas favoráveis.”
37 – Século XX – Teodoro W.Adorno – fé no
progresso. A posição do Papa a
respeito: “Se ao progresso técnico não
corresponde um progresso na formação ética do homem, no crescimento do homem
interior (Efésios 3,16; 2Cor 4,16),
então aquele não é um progresso, mas uma ameaça para o homem e para o mundo.”
37 – A razão interna reduz-se à razão do
poder e do fazer?
38 – ... “ devido à discrepância entre a
capacidade material e a falta de juízo do coração... “
38 – Fala de ponderação que é fundamento
e meta da nossa liberdade.
40 – Liberdade... “A liberdade depende de uma convicção; esta
não existe por si mesma, mas deve ser sempre novamente conquistada comunitariamente.”
41 – Cristianismo moderno ...” concentrado em grande parte somente
sobre o indivíduo e a sua salvação.
41 – Francis Bacon - ...
“considerar que o homem teria sido redimido através da ciência. A ciência... mas pode também destruir o
homem e o mundo.”
41 – “Não
é a ciência que redime o homem. O homem
é redimido pelo amor.”
42 - Vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e se
entregou por mim. Gl.2,20
43 -
E a vida na sua totalidade é relação com aquele que é a fonte de vida.
44 -
O amor de Deus revela-se na responsabilidade pelo outro.
44-45 – Fala de Santo Agostinho e como ele
foi convocado para a vida religiosa.
Muito legal o tema.
46 – Veja essa tirada de Santo
Agostinho: ...”tolerar os maus e (ai de mim!) amar a todos.” Ele se dizia introvertido mas teve que se
superar para a obra do Senhor.
48 -
... “ não posso ser feliz contra e sem os demais”.
49 - ... “essa grande esperança só pode
ser Deus...”
49 – Desafio: ...”perseverar”... num mundo que, por natureza, é imperfeito.
49 – Oração Quando ninguém mais me escuta, Deus ainda me
ouve.
51 – Não se pode rezar contra o outro.
56 – Dor física – a ciência progrediu para
amenizar. Mas a dor psíquica, pouco
progresso neste campo e a dor tem aumentado.
57 -
... “provavelmente já quase não existe a dor, mas experimenta-se muito
mais a obscura sensação da falta de sentido e da solidão.”
59 – Nossa fé em Cristo nos ajuda nesse
desafio.
60 - ... “também o ´sim` ao amor é fonte
de sofrimento, porque o amor exige sempre expropriações do meu eu, nas quais me
deixo podar e ferir”.
64 – Sobre o Juizo. ...” apelo à sua consciência e, ao mesmo
tempo, enquanto esperança na justiça de Deus.”
64 – Os artistas famosos pintaram mais
sobre o tema do juízo final no lado trágico de condenação, mas o juizo final
também é esperança e justiça divina.
(bem lembrado!)
65 – Mundo moderno, grandes injustiças,
ateísmo, sofrimento. Leva muitos a
acharem que ... “não pode ser obra de um
Deus bom”.
66 – Um mundo que (acha que) deve criar a
justiça por sua conta é um mundo sem esperança. ** nota minha (deixa Deus fora do páreo).
68 – Existe uma justiça. Existe a revogação do sofrimento passado, a
reparação que restabelece o direito. O
juízo final tem a ver com a Fé e a Esperança.
69 – Em relação ao Juízo - “a Graça não exclui a justiça.”
Cita o escritor Dostoievski e o filósofo
Platão (ombro largo).
Platão cria a expressão do rei nu no sentido de que no juízo final
tudo é visto por quem julga. No fim, as
almas estarão nuas diante do Juiz.
70 – Uma reflexão sobre o purgatório –
onde o cristianismo retoma a concepção do judaísmo antigo ao argumentar sobre o
purgatório.
72 – Fala sobre o “depois da morte” mas
lembra que “não nos é possível entrever o mundo além da morte, nem possuímos
qualquer experiência dele.”
75 – Rezar pelos mortos – já no antigo
judaísmo se acreditava que a oração pelos mortos ajudavam-nos. Cita 2 Mc, 12, 38-45.
76 -
... “minha oração por ele pode significar uma pequena etapa da sua
purificação”.
78 – Cristo - ... “se tornou a Arca da Aliança viva, onde
Deus se fez carne...”.
78 – Cita Ana - Lucas 2, 25 e 2, 38.
Em suma:
O livro é de formato pequeno, muito rico no conteúdo, bastante
abrangente e vale a pena ser lido e refletido. Grande Papa Bento XVI !!!
OBS -
Deixo o alerta de que, mesmo com boa vontade, ao fazer um “resumo”, pode
haver partes que ficam fora do contexto e poderia levar a interpretações
distorcidas. Por isso é interessante
também ler o livro.
Olá Orlando,
ResponderExcluirEstive olhando seu blog e classifico-o como de muito bom gosto, certamente fruto de trabalho, dedicação, conhecimento e paciência. Parabéns!
Elízio.