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sábado, 16 de fevereiro de 2013

RESENHA DE ENCÍCLICA DO PAPA BENTO XVI


    
                                 ilustração  by:    penasuavedeescrever.blogspot.com


CARTA ENCÍCLICA DO PAPA BENTO XVI
(resenha feita por Orlando Lisboa de Almeida – fevereiro de 2013 – Maringá –PR)


Foi publicado pela Edições Paulinas um livrinho contendo a “Carta Encíclica do Sumo Sacerdote Bento XVI sobre a Esperança Cristã”.        O livro de 85 páginas foi divulgado pelo Papa no dia de Santo André: 30-11-2007.
     Segue um apanhado que fiz das anotações mais enfáticas sobre diversos temas, mas vale lembrar que o conteúdo da obra é extremamente esclarecedor sobre uma porção de temas e vale a pena ir à fonte também!  
     Página 4 -  Povos da antiguidade até seguiam outros deuses, mas estes não ofereciam esperança.
     P.5 – Somente quando o futuro é certo como realidade positiva, é que se torna visível também o presente.
     P.5 – Evangelho...  comunicação que gera fatos e muda a vida.
     P.6 – Cita episódios de uma santa do Sudão (África).    Aborda sofrimento, conversão e vida de obras.   Há lindas passagens de fé cristã.
     P.8 – Ainda sobre a santa do Sudão, que era uma ex-escrava:    A esperança que nascera para ela... não podia guardá-la para si; esta esperança devia chegar a muitos, chegar a todos.
     P.9 – Sobre Jesus e o Reino que não é deste mundo.    ...” por isso mesmo, transformava a partir de dentro  a vida e o mundo”.
     P.9 – Num mundo de senhor e servos, Cristo vem para que sejamos irmãos e irmãs.
     P.10 – Se na Carta aos Hebreus se fala numa morada futura “não significa de modo algum adiar a perspectiva futura... há que ser fraterno e tentar ajudar a combater as injustiças”   
     P.10 – O Racionalismo filosófico tinha relegado os deuses para o campo do irreal.   Cristo vive entre nós, numa diferença fundamental.
     P.11 – Não somos regidos pelas  forças cósmicas...    “deixamos de ser escravos do universo e de suas leis, então somos livres”.
      P.12 – O filósofo era antes aquele que sabia ensinar a arte essencial: a arte de ser realmente homem, a arte de viver e morrer.
     P.13 – É Cristo quem realmente é o Caminho, a Luz e a Vida – o rumo a seguir.   “Ele indica o caminho para além da morte; só quem tem a possibilidade de fazer isso é um verdadeiro Mestre da vida.”
     P.13 – No Salmo 22 (ou 23 dependendo da versão da Bíblia) – Cristo o Bom Pastor.  Cuida, guia.   Com ele... “não devo temer mal nenhum.”    Salmo 23, 4
     P.16 – Essencial:      A fé... “ela atrai o futuro para dentro do presente... o fato de este futuro existir muda o presente.
     P.17 - ... “ a confiança na riqueza material relativiza-se.
      P.18 - ... “ele é realmente o ´filósofo` e o `pastor´ que nos indica o que seja e onde está a vida.
     P.17 – O martírio de uns ou a renúncia, como a de Francisco de Assis, que deram grandes frutos para a posteridade.  Não foram em vão.
     P.19 - ... “em Cristo, Deus manifestou-se”.
     19 – Um desafio para os cristãos batizados:  evangelizar, testemunhar a fé.  “Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, amor e sabedoria”.    Segunda Carta a Timóteo (1,7).       Atitude fundamental do cristão.
     20 – Batismo e as perguntas:
     - O que pedis à Igreja?
     - A fé.
     - E o que nos dá a fé?
     - A vida eterna.
     20 – No mundo atual a vida eterna muitas vezes é vista como algo não atrativo.   Quer desfrutar a vida no “presente”, o agora...
      21 – Aqui o Papa faz uma explanação interessante sobre a vida e a morte que não dá para resumir em poucas frases.   A dica é beber na fonte.   No livro do nosso Pastor.
      24 – Vida nos remete a “pensar na existência por nós conhecida, que amamos e não queremos perder, mas que, frequentemente, nos reserva mais canseiras que satisfações...”
     25 – Sobre alguns que, pela fé, abandonaram os bens materiais...  “na idade moderna  uma crítica sempre mais dura:  tratar-se-ia de puro individualismo, que teria abandonado o mundo à sua miséria, indo refugiar-se numa salvação eterna puramente privada.”
     26 – Salvação comunitária.    Carta aos Hebreus  (11, 10-16)
     26 – Fala do pecado, cita Santo Agostinho.
     26 – Salmo 144 (143) – 15       ...” o fim dos mandamentos é promover a caridade”.
     27 - ... mosteiros como lugares de fuga do mundo   (examinar no contexto do raciocínio do livro).    Procura da salvação privada.
     30 – Homem e ciência e o afastamento da fé:      surgirá um mundo totalmente novo, o  reino do homem (sem Deus).
     31 – Idéia de progresso – razão e liberdade...   coloca-se sempre em contraste com os vínculos da fé e da Igreja.
     32 – Cita Emmanuel Kant.     ... da fé eclesiástica passando para a fé racional – chega-se à (fé imediata) expectativa imediata.    O ´reino de Deus`chega onde a fé eclesiástica é superada e substituída pela “fé religiosa”, ou seja, pela mera fé racional.
     34 – Revolução Industrial... proletariado... Friedrich Engels... Marx recolheu o apelo do momento... Marx, grande capacidade analítica.     O Papa dá sua visão de onde Marx falhou.       O homem livre...     “Esqueceu Marx que a liberdade permanece sempre liberdade, inclusive para o mal.      O homem não é só produto das condições econômicas nem se pode curá-lo apenas do  exterior, criando condições econômicas favoráveis.”
     37 – Século XX – Teodoro W.Adorno – fé no progresso.     A posição do Papa a respeito:    “Se ao progresso técnico não corresponde um progresso na formação ética do homem, no crescimento do homem interior  (Efésios 3,16; 2Cor 4,16), então aquele não é um progresso, mas uma ameaça para o homem e para o mundo.”
      37 – A razão interna reduz-se à razão do poder e do fazer?   
     38 – ... “ devido à discrepância entre a capacidade material e a falta de juízo do coração... “
     38 – Fala de ponderação  que é fundamento e meta da nossa liberdade.
     40 – Liberdade...    “A liberdade depende de uma convicção; esta não existe por si mesma, mas deve ser sempre novamente conquistada comunitariamente.”
     41 – Cristianismo moderno     ...” concentrado em grande parte somente sobre o indivíduo e a sua salvação.
     41 – Francis Bacon  -  ... “considerar que o homem teria sido redimido através da ciência.    A ciência... mas pode também destruir o homem e o mundo.”
     41 – “Não é a ciência que redime o homem.   O homem é redimido pelo amor.”
     42 -  Vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.  Gl.2,20
     43 -  E a vida na sua totalidade é relação com aquele que é a fonte de vida.
     44 -  O amor de Deus revela-se na responsabilidade pelo outro.
     44-45 – Fala de Santo Agostinho e como ele foi convocado para a vida religiosa.  Muito legal o tema.
     46 – Veja essa tirada de Santo Agostinho:    ...”tolerar  os maus e (ai de mim!) amar a todos.”    Ele se dizia introvertido mas teve que se superar para a obra do Senhor.
     48 -  ... “ não posso ser feliz contra e sem os demais”.
     49 - ... “essa grande esperança só pode ser Deus...”
     49 – Desafio:      ...”perseverar”...    num mundo que, por natureza, é imperfeito.
     49 – Oração    Quando ninguém mais me escuta, Deus ainda me ouve.
     51 – Não se pode rezar contra o outro.
     56 – Dor física – a ciência progrediu para amenizar.  Mas a dor psíquica, pouco progresso neste campo e a dor tem aumentado.
     57 -  ... “provavelmente já quase não existe a dor, mas experimenta-se muito mais a obscura sensação da falta de sentido e da solidão.”
     59 – Nossa fé em Cristo nos ajuda nesse desafio.
     60 - ... “também o ´sim` ao amor é fonte de sofrimento, porque o amor exige sempre expropriações do meu eu, nas quais me deixo podar e ferir”.
     64 – Sobre o Juizo.     ...” apelo à sua consciência e, ao mesmo tempo, enquanto esperança na justiça de Deus.”
     64 – Os artistas famosos pintaram mais sobre o tema do juízo final no lado trágico de condenação, mas o juizo final também é esperança e justiça divina.  (bem lembrado!)
     65 – Mundo moderno, grandes injustiças, ateísmo, sofrimento.    Leva muitos a acharem que  ... “não pode ser obra de um Deus bom”.    
     66 – Um mundo que (acha que) deve criar a justiça por sua conta é um mundo sem esperança.    ** nota minha (deixa Deus fora do páreo).
     68 – Existe uma justiça.  Existe a revogação do sofrimento passado, a reparação que restabelece o direito.   O juízo final tem a ver com a Fé e a Esperança.
     69 – Em relação ao Juízo -  “a Graça não exclui a justiça.”
     Cita o escritor Dostoievski e o filósofo Platão (ombro largo). 
     Platão cria a expressão do rei nu no sentido de que no juízo final tudo é visto por quem julga.   No fim, as almas estarão nuas diante do Juiz.
     70 – Uma reflexão sobre o purgatório – onde o cristianismo retoma a concepção do judaísmo antigo ao argumentar sobre o purgatório.
     72 – Fala sobre o “depois da morte” mas lembra que “não nos é possível entrever o mundo além da morte, nem possuímos qualquer experiência dele.”
     75 – Rezar pelos mortos – já no antigo judaísmo se acreditava que a oração pelos mortos ajudavam-nos.   Cita 2 Mc, 12, 38-45.
     76 -   ... “minha oração por ele pode significar uma pequena etapa da sua purificação”.
     78 – Cristo -    ... “se tornou a Arca da Aliança viva, onde Deus se fez carne...”.
     78 – Cita Ana    - Lucas 2, 25 e 2, 38.

     Em suma:   O livro é de formato pequeno, muito rico no conteúdo, bastante abrangente e vale a pena ser lido e refletido.    Grande Papa Bento XVI  !!!

     OBS -  Deixo o alerta de que, mesmo com boa vontade, ao fazer um “resumo”, pode haver partes que ficam fora do contexto e poderia levar a interpretações distorcidas.   Por isso é interessante também ler o livro.

                         orlando_lisboa@terra.com.br    

Um comentário:

  1. Olá Orlando,

    Estive olhando seu blog e classifico-o como de muito bom gosto, certamente fruto de trabalho, dedicação, conhecimento e paciência. Parabéns!

    Elízio.

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