Continho Futebolístico ou... Mãe é Mãe
Piracicaba-SP, ano de 1974, em plena Copa do Mundo, Brasil no meio, claro! Eu cursando agronomia na ESALQ-USP, morando no Bairro São Dimas e convivendo com a galera do bairro nas horas vagas. Ao lado da Igreja, na esquina, o Bar do Japa, quartel general do SDFC São Dimas Futebol Clube, amador daqueles dos caras levarem, cada um a sua, camisa de jogador para ser lavada em casa depois de cada partida. Depois de cada jogo, perdendo ou ganhando, concentração total do Bar do Japa, onde guardavam os troféus, para a prosa solta e cada vez mais animada com cerveja gelada.
Todos do time tinham seus apelidos - Abobrinha, Pão, Pica, Caçador, Celita e por aí vai...
Um dia até foram na disputa do Desafio ao Galo, em São Paulo, num desafio de perde, cai fora, transmitido pela TV Gazeta, a que era a cara do esporte, dividindo o ramo com a Band. Pois o Celita, além de goleiro do São Dimas, é irmão do famoso Chicão, zagueirão de vasto bigode, que defendeu por muito tempo a zaga do São Paulo Futebol Clube. A fama do Chicão era do "aqui ninguém passa..." pauleira mesmo. Ao ponto de um dia uma jovem reporter perguntar se ele não se achava meio exagerado na pancadaria e ele respondeu de forma definitiva, pra acabar com o teretetê: - Futebol é jogo pra macho..
Pois um dia de 74 nós estávamos assistindo a uma partida sofrida contra um time latino, que não me lembro se era Argentina ou Uruguai. Jogo catimbado, duro. Chicão no banco de reserva e o técnico de olho nas pancadas do adversário. Até que certo momento o técnico resolveu colocar o Chicão pra botar ordem na zaga.
Na casa do Chicão, nós na sala assistindo o jogo, pela primeira vez na casa do amigo Celita e a santa mãe deles, uma senhora alta, simpática e muito humilde, ficava enconstada no batente da porta que dividia a cozinha da sala, como se nós fóssemos os da casa e ela a visita arredia. Ela ali em pé, avental molhado, sempre enxugando a mão no avental para acalmar o nervo. Ali deve ter acumulado timidez, desespero pela partida e tudo mais. Nós de olho na partida e ela, sabe... coisa de mãe.
Eis que numa das primeiras bolas que o Chicão entrou dividindo, numa autêntica voadora, colocou no chão logo uns dois hermanos. E ele também, na voadora, acabou aterrissando dentro da lei da física. Nessa hora a santa mãe do Chicão, num insitinto de mãe colocou as mãos na cabeça e falou desesperada... Meu Deus... vão machucar meu Chiquinho...
Para a mãe, os carrascos são os outros e o filho é um santinho. Daí que: Mãe é Mãe...
domingo, 4 de outubro de 2009
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hahaha, este conto eu jah tinha lido!!!!!!! eh mto bom neh pai? fico imaginando o tamanho desta criatura "chicão"! devia ser um adriano da época.... mas q bom q mae eh mae :-) assim a gente sempre tem pra onde correr! bjs
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