Eu estava lendo um pequeno texto atribuido ao Arnaldo Jabor, dizendo para as pessoas não terem vergonha de se manifestarem sobre o amor. Que sempre é tempo e que não se deve dar muita bola para o que os outros vão pensar.
O texto me fez lembrar de uma cena que jamais irei esquecer, envolvendo um colega de trabalho e amigo, hoje falecido, chamado Marcio Viegas. O Marcio já tinha sido casado e tinha um filho jovem. Um belo dia, se apaixonou por uma colega de trabalho que era bastante descolada e tinha como hobby andar numa possante moto de 400 cc. Tudo ia tão bem para ambos, até que um dia um quebra molas novo colocado na rua separou ambos. A Alice, em Icarama-PR, onde trabalhava e já conhecia todos os quebra molas, deparou com um novo quebra molas não sinalizado. E o golpe foi tanto que ela veio a falecer no acidente. Nem precisa dizer do transtorno do amigo Marcio que, depois de tantas idas e vindas da vida, tinha achado na namorada a razão de seguir em frente e ocorre algo do tipo. Pois no dia do sepultamento chovia o tempo todo e nós estavamos lá no Cemitério de Umuarama-PR para nos despedirmos da colega Alice, a Alice do Marcio. Todos ali acompanhando o sepultamento protegido com guarda chuva, mas o Marcio, não. Com seu casaco de couro, um grande buquê de flores na mão, tomava chuva no seu silêncio, parecendo estar apenas ele no local, recolhido na sua dor pela perda do seu amor. Vendo isto costumo dizer que o amor existe e eu vi e não dá para esquecer.
orlando_lisboa@terra.com.br
Faz tempo que ocorreu o episódio aqui narrado e amigos da época que leram o texto corrigem o nome da personagem: Ao invés de Alice, ela se chamava Neide. Está feita a correção graças aos amigos!
ResponderExcluir