Total de visualizações de página

Translate

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Paris - O Moulin Rouge e o Café famoso - Cap.XII



No alto da única colina daquela região, perto da Igreja do Sacré Coeur, ficam a praça dos artistas e outras verdadeiras atrações para turistas. Na praça dos artistas, vários deles com seus cavaletes e demais apetrechos, pintando suas telas em plena praça, rodeados por turistas.
Ali perto, visitamos um Café que ficou mais notável depois que foi cenário de uma locação do filme O Fabuloso Destino de Amelie Poulain. Quando passamos por lá para dar uma bebericada, no ambiente climatizado, em pleno zero grau (estava caindo uma neve suave lá fora...), havia bastante gente no local e muitas fotos sendo tiradas no exato local onde uma das cenas do filme foi feita com a protagonista. Quem assistiu ao filme, não deixou por menos e pousou para a foto. Um bom Café, tradicional, com bastante gente e o atrativo ligado ao filme. Um belo passeio.
Ainda muito perto da Igreja do Sacré Coeur (Sagrado Coração), visitamos o saguão do Moulin Rouge, o Moinho Vermelho. Consta que naquela região alta (uma colina) chegou a haver no passado mais de trinta moinhos de vento para moer cereais e o Moulin Rouge foi um deles. Depois foi transformado em uma casa de espetáculos que virou quase uma lenda. É muito procurado pelos turistas. Visitamos o Moulin Rouge e conferimos a programação de shows do local, mas não havia no roteiro nosso o acesso a nenhum show, até porque visitamos o local em plena luz do dia. Shows geralmente rolam à noite...
O metrô de Paris é muito bem ramificado e integrado, de forma que a pessoa consegue junto à empresa que explora a atividade, um folheto com os roteiros dos trens do metrô e os pontos turísticos acessíveis. Dá para se visitar quase tudo por lá indo de metrô e andando um pouco à pé. Aliás, andar à pé sempre dá uma visão melhor do lugar, das fachadas, das pessoas, do movimento em si.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Paris e suas Igrejas - capitulo XI



Independentemente da fé, visitar as centenárias igrejas de Paris é uma atração à parte, já que seus prédios são muito sólidos, de arquitetura arrojada para a época que foram construidos e a maioria continua servindo de templo para a população local.
O curioso - que já destaquei antes - é que na maioria delas há no lugar de bancos, cadeiras lado a lado, com encosto e assento de palha trançada, todas fixadas no local por uma ripa de madeira na altura do encosto das mesmas, por trás. Suponho que é para preservar algum costume antigo.
A Catedral de Notre-Dame é um capítulo à parte, que já foi abordado. Mas vale destacar que há outras igrejas maravilhosas em Paris.
Uma das igrejas visitadas é a da Basilica do Sacré-Coeur ou do Sagrado Coração. Fica no topo da única colina (pequeno morro) que vi em Paris e se destaca com sua arquitetura. Não é uma igreja tão grande nem tão antiga, mas tem história e é muito linda. Em frente, tem uma escadaria ampla, que sai numa pequena praça e logo em seguida, ruas de comércio bastante movimentado por turistas procurando os "suvenir", as lembrancinhas para os amigos.
A Igreja de Santa Madalena que fica perto da Ópera Garnier tem um detalhe marcante que são colunas enormes do lado de fora, fazendo lembrar aquelas imagens dos templos gregos da antiguidade. Para o leigo como eu, a lembrança que se tem é daqueles templos milenares da Grécia antiga. No interior desta igreja vi um daqueles orgãos de tubos metálicos enormes num local elevado, acima do altar mor. O som daqueles instrumentos é maravilhoso. Há uma agenda local informando datas e horários nos quais se pode ver o orgão sendo tocado. Consegui ver numa igreja de Koblenz (Alemanha) meio por acaso, um ensaio com um orgão daquele tipo. É uma experiência ímpar.
A Igreja de Saint Paul-Saint Louis não é tão grande, mas é bem antiga e o destaque fica por conta de duas obras de De La Croix à esquerda do altar mor. Nesta igreja também há um orgão de tubos como o da outra igreja de S.Madalena.
Fomos visitar a Capela onde houve a aparição de Nossa Senhora das Graças, mas estava em reforma e as Irmãs religiosas que são daquela Ordem estão atendendo por uns tempos na Igreja de São Vicente de Paula, que fica perto da Capela. Diga-se de passagem, na Igreja de São Vicente de Paula, acima do altar, acessível por uma escada estreita, a gente visita uma urna com tampo de vidro, com uma "réplica" do Santo que, segundo consta, está sepultado na mesma igreja. É uma igreja relativamente pequena e bem iluminada, comparativamente a outras mais antigas, maiores e menos providas de luz natural.
A Igreja de Saint Sulpice tem em frente, uma pracinha com o monumento com estátuas de leões. Suas colunas enormes são de seção quadrada. Dentro dela, duas obras do pintor De La Croix. Esta igreja, se me recordo bem, se insere no enredo do filme do Código da Vinci.
A Igereja de Saint Germain é a mais antiga da cidade e por dentro é bem escura. No passado, chegou a ser destruida parcialmente e depois foi restaurada. No interior da igreja de Saint Germain, repousam os restos mortais de Rene Decartes.
Um marco interessante é a Torre de Saint Jac. A Igreja ruiu ou foi destruida e só restou a torre estreita e alta, toda trabalhada e muito bem iluminada à noite, o que dá uma visão super interessante do local.
A Igreja de Saint Merry, muito antiga, tem um detalhe curioso também. Algum artista teve a idéia de colocar umas duas ou três cadeiras coladas por um dos pés ao teto, lá nas alturas. Além do bizarro do local, as cadeiras estão sempre meio em diagonal, aumentando a curiosidade da cena. Esta igreja fica bem pertinho do Centro Pompidou, que é um museu moderno, cujo prédio arrojado já dá o tom do que o mesmo abriga.
Acho que de igrejas, já está de bom tamanho. Recomendo...

domingo, 27 de dezembro de 2009

Museu D´Orsay e a Casa de Hictor Hugo (cap.X)



Neste capítulo sobre o passeio por Paris, vou falar um pouco de dois locais visitados em dias diferentes. O Museu D´Orsay fica à margem do Rio Sena, bem próximo do Museu do Louvre. O prédio que abriga o D´Orsay foi construido para ser uma estação ferroviária por volta do ano 1.900. Acho que foi o prédio mais lindo que eu vi por lá na cidade, apesar de ter sido projetado para um uso prosaico, por assim dizer. A antiga estação de trem então um dia virou museu e abriga muitos quadros de pintores famosos da França e de outros países, principalmente dos dois últimos séculos. Vale lembrar que o Louvre, com suas raridades, tem quadros geralmente bem mais antigos. De certa forma, em termos cronológicos, grosso modo, os mais antigos estão no Louvre e os mais recentes (1848 a 1914) estão no D´Orsay e em outros museus espalhados por Paris, sendo que não deu para visitar a maioria. No D´Orsay, se destacam telas de Millet,Corbet, Manet, Monet, Renoir, Cézanne, Pissarro, Degas, Van Gogh e muitos outros. Há também esculturas em quantidade, inclusive do pintor Renoir.
Eu que sempre gostei de ver as obras de arte, mesmo que fosse através de gravuras em livros ou revistas, nem preciso dizer que fiquei emocionado vendo ali exposto em frente um quadro original dos pintores que entraram para a história no mundo todo por suas obras de arte.
Algo no D´Orsay que não dá para passar em branco por ninguém é um relógio enorme, dourado, que suponho ser do tempo que o local era estação ferroviária. O relógio acabou virando um ícone do próprio museu e se há fotos do local, com certeza uma delas será do relógio, que é marcante.
Num outro passeio, fomos parar na Place des Vosgues, onde fica o sobrado ou apartamento onde viveu Victor Hugo, um dos maiores escritores franceses, cuja obra prima é "Os Miseráveis", se eu não estiver enganado. Afinal, não sou crítico literário e até andei lendo alguns franceses (Balzac, Marguerite Duras...), mas coincidentemente, não li ainda obra de Victor Hugo.
A casa dele virou museu com seus apatrechos, suas obras de arte, seus livros na versão datilografada, com as anotações manuscritas do autor, nos ajustes da obra. Há o original de "Os Miseráveis", mas não era permitido fotografar a obra exposta. A casa ou apartamento ou sobrado tem três pavimentos e fica numa verdadeira Vila de um quarteirão bem antigo. Os prédios são todos em três pavimentos, geminados, com fachadas parecidas, em torno de uma praça central com apenas um local de acesso através de um portal, acima do qual também há casas edificadas no padrão do local. É um conjunto arquitetônico muito interessante. Quem gosta da leitura, depois de visitar a "casa" de um autor famoso do passado, acaba ficando curioso para ler pelo menos a obra prima do dito cujo. Um dia destes devo ler "Os Miseráveis". Que tal a idéia??!!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Paris e o Palácio de Versalhes - capítulo IX




O Palácio de Versalhes fica um pouco retirado da cidade de Paris. Fomos para lá de trem, numa viagem que suponho deva ter demorado uma meia hora. É uma obra enorme, de arquitetura interessante e cheia de história. Visitar o Palácio com suas incontáveis dependências e jardins é um esforço físico razoável. Visitamos o Palácio num dia em tempo integral. Me parece que no inverno, que o dia demora mais para clarear, abre por volta das 10 horas. Chegamos lá na abertura, pagamos os ingressos e vamos caminhar. Lá há um sistema de áudio com opção de alguns idiomas e a gente bota os fones no ouvido e a cada peça, com seu número, a gente digita no aparelhinho e escuta a descrição da peça ou objeto. Só que na prática, se a gente ficar ouvindo todos os detalhes, acaba não saindo de lá num dia todo. Então o macro é saber de cada dependência, o seu significado e olhar as pinturas, mobilias, etc. Por falar em mobílias, não há muitas no Palácio, porque depois do final meio trágico da monarquia o povo estava muito indignado com os monarcas depostos e acabou dispersando muitos móveis suntuosos que foram amealhados à custa do povo. Dá até para compreender uma situação dessas.
Um detalhe da Capela do palácio que é de altura maior que o conjunto do prédio e consta que seria para indicar que a importância de Deus seria maior que a dos monarcas... Não sei se avisaram os monarcas desse detalhe, pois um deles de denominava Rei Sol.
Nos incontáveis salões, muitas pinturas de artistas famosos, muitas esculturas, muitas peças em mármore, muita tapeçaria.
O Salão dos espelhos é muito amplo, com amplas janelas para os jardins do Palácio. Lugar para festas, bailes de gala e outras amenidades da corte.
Ao lado do Palácio, 100 ha. (cada ha equivale a 10.000 m2) de jardins com sua simetria no traçado. No inverno as plantas não estão tão belas e não há flores. Os jardins tem vários lagos artificiais com chafarizes e estatuetas de bronze espalhadas pelos mesmos. No comprimento, passam de um quilômetro. Há até um sistema de bondinho (puxado por veículo) para levar o pessoal pelos jardins e pelos palácios anexos, o Grande Trianon e o Pequeno Trianon que ficam na parte final dos jardins. Nesses jardins o que me marcou foi um enorme pé de cedro do Líbano, que reina majestoso no jardim que foi real. Como agrônomo, achei a árvore de uma majestade de merecer reverência!
O Palácio Grande Trianon é relativamente pequeno em relação ao Palácio principal de Versalhes, mas o interessante é que tem o mobiliário mais completo e isto o deixa mais atrativo. Não se deve deixar de visitá-lo. O Pequeno Trianon, logo ali do lado, palácio da rainha, também tem bastante mobília e é interessante por dar uma idéia de como vivia aquela "gentalha". Ao lado direito do P.Trianon, o pé de cedro do Líbano. Mais retirado um pouco, o "Chalé" da rainha estrangeira que tinha um refúgio com horta e tudo, um pouco retirado da badalação do Palácio. Andamos até as 17 horas para ver o máximo que pudemos, com uns 45 minutos para um lanche bem reforçado no almoço, nas dependências do próprio palácio principal de Versalhes.
Então fica assim: lá tudo é muito belo, mas haja energia para caminhar...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Paris e a Majestosa Catedral de Notre-Dame (VIII)



A Catedral de Notre-Dame, Nossa Senhora para nós, é um caso à parte. Concluida sua obra logo após o ano 1.300 dC, tem mais de setecentos anos. Fica numa pequena ilha do Rio Sena, no coração de Paris. Visitamos a mesma duas ocasiões na viagem, sendo a primeira com a esposa e a segunda com a esposa e a filha Denise, que depois se juntou ao grupo, ela que vinha da Alemanha onde estava fazendo estágio.
O nosso acesso à Catedral foi pelo lado dos fundos da mesma e nessa perspectiva se destacam detalhes do estilo gótico de construção, segundo consta. Detalhes que dão uma beleza sem par à obra. A fachada da frente é linda, mas bem diferente do estilo do fundo. Dentro da Catedral, encanta ver a altura das colunas e saber que tudo aquilo foi edificado quando não existia maquinário motorizado. É de se ficar pensando como se ergueram na época colunas tão altas, tão bem esculpidas, com aquela altura toda. Os vitrais então, com seu colorido e tamanho dão um toque especial a tudo. Há um vitral redondo que consta ter um diâmetro de treze metros, mas está em harmonia com o porte da Catedral.
O número de turistas que visitam a Catedral de Notre-Dame é enorme e sabe-se que Paris é uma das cidades que mais recebe turistas no mundo.
Vimos um presépio montado dentro da Catedral e este tinha como detalhes, pontos de luz azulada e no fundo do cenário, telões com projeção de nuvens em movimento. Parecia que a gente estava em outro plano, bem pertinho do céu.
Na frente da Catedral, uma cena curiosa. Uma velha senhora, que certamente já é figurinha carimbada do local, aparece com um punhado de comida para passarinhos na mão e os passarinhos que já estão acostumados com ela, fazem revoada e vêm comer na mão dela, que fica rodeada de turistas para ver e fotografar tudo. Vale até uma gorjeta eventual.
Notre-Dame é um local inesquecível.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

VII - Paris e Edificações do Império Romano na cidade



O Império Romano no seu auge abrangia uma enorme parte do mundo conhecido na época. O local onde se situa Paris já foi parte do Império Romano e foi a antiga cidade de Lutèce (hoje Paris). Através de consulta aos guias turísticos, fiquei sabendo que há em Paris algumas ruinas desse tempo do Império e fiz questão de ir visitar ao menos duas das três obras. A mais marcante é a Arena de Lutece, que fica na região central da cidade, praticamente encravada atrás da fachada de um Hotel atual. A obra foi restaurada e é como se fosse uma pequena praça aberta ao público e a criançada inclusive bate uma bolinha por lá como lazer. Entrar na arena de dois milênios, imaginar o que se passou por lá, sentar na arquibancada e ficar imaginando...
Construção circular com paredes de pedras e arquibancadas também de pedras justapostas. Num lado, algo como um pequeno jardim com paredes de quase um metro de espessura, todas trabalhadas e ornadas com estatuetas antigas. Tudo muito lindo.
Perto da Universidade de Sorbonne, há uma ruina do que foi um Banho público do tempo do Império Romano, num nível abaixo do solo. Fica numa esquina movimentada e está em fase de restauração. Mesmo sem poder circular pela obra, pelo vão da grade de ferro, dá para ver detalhes do banho, que também tem seus milênios de história.
Uma terceira ruina fica no sub solo do pátrio frontal da Catedral de Notre-Dame e tem horário certo para visitação. Estivemos na escada de acesso a esta ruina mas no momento estava fechada e não deu para visitá-la por dentro. E sendo abaixo do nível do solo, nem dava para "espiar pela grade de ferro"...
O interessante é que ao menos dois milênios de história estão lá para se ver e curtir. Principalmente para quem gosta de história, claro!

domingo, 20 de dezembro de 2009

VI - Viagem a Paris - Lojas - Galeries Lafayette



Lojas famosas são abundantes em Paris. Das que me lembro de ter visitado, acho que o destaque fica para o verdadeiro Shopping que fica na chamada Galeries Lafayette. O prédio é de um luxo de cair o queixo. É antigo e pela forma circular, deve ter sido um teatro no passado e hoje nas suas galerias, ficam as lojas, muitas lojas de joias, perfumes, roupas, brinquedos e muito mais. No inverno rigoroso, ficar andando por aquelas lojas com ar condicionado, temperatura agradável, é de esquecer o tempo. Nas lojas de artigos de beleza, grande variedade de marcas famosas de produtos e muitas balconistas demonstradoras para divulgar os produtos e a aplicação. Para a mulherada, parada obrigatória. E os marmanjos aproveitam a ocasião para ver as modelos sendo maquiadas, que ninguém é de ferro!
Já na Au Bon Marchê, um conjunto de lojas com jóias, roupas, perfumes, etc.também a gente fez um pit stop para dar uma olhada nas mercadorias expostas. Uma das peças que estavam expostas na vitrine de uma joalheria era um bracelete de brilhantes pela bagatela de 18.000 euros. As peças de maior valor, acho que eles nem colocam ali em evidência, pois consta que há lojas que atendem só por visitas agendadas. Não dá para o "coco", aquele que só vai olhar, curtir as mercadorias... Não é para os comuns mortais.
As lojas e galerias das grandes grifes em geral estão em prédios de arquitetura que dá gosto de olhar. Prédios antigos, com muitos detalhes, muito bem conservados.
Na região do centro financeiro de Paris, onde se concentram os bancos e onde fica a Biblioteca Nacional, há um aglomerado de edifícios altos, modernos, que contrastam com a maioria da paisagem da cidade que, conforme já citei, em geral é plana e tem edifícios em geral de menos de cinco andares, antigos, com janelões, paredes com fachadas trabalhadas (com detalhes) e a cor amarelo palha "padrão". Nessa região do centro financeiro visitamos uma moderna e ampla loja de artigos esportivos que tinha uma variedade enorme de artigos do ramo, inclusive para esportes na neve. Consegui até comprar algumas amenidades por lá.

sábado, 19 de dezembro de 2009

V Passeio em Paris - A Torre Eiffel



A Torre Eiffel é o ícone de Paris. É o que destaca a cidade no País e no mundo todo. É uma magnífica obra da engenharia do início do século passado, toda feita em ferro sobre sólidas bases de concreto. A torre tem quase 400 metros de altura e há "bondinhos" que são do tamanho de um cômodo normal (4x4 m), digamos, que cabe uma porção de gente de cada vez. Compra-se o ingresso, fica na fila, passa por uma revista pelos guardas e, na vez, subir, subir... Sem medo de ser feliz.
A torre fica do lado do Rio Sena e de lá de cima dá para ver quase a cidade toda. Há proteção de vidro no mirante lá de cima, porque na altura é comum ventar bastante e a proteção ajuda e dá mais sensação de segurança.
Quem sobe a torre tem duas opções de altura. Há um patamar aos 100 metros, onde fica uma parada. Nesse patamar tem uma verdadeira praça com um pequeno cinema, lanchonete e sacada por todos os lados para ver a cidade de forma panorâmica. Mas a imensa maioria do pessoal não faz esta parada e vai direto para o topo, de onde a vista é mais abrangente. Não vou contar que eu só fui na parada dos 100 metros e amarelei. A Lourdinha e a filha Denise radicalizaram e foram até o topo. Fazer o quê! Só de pensar de ir até lá em cima, me esfriavam as solas do pé...
Mas de qualquer forma, valeu a pena.
Também contribuiu para minha falta de coragem nós chegarmos na torre meio tarde, perto da hora de escurecer e ventava um pouco e garoava também. O que não impediu da gente conseguir fazer o passeio (ao nosso modo) e tirar fotos para recordação.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

IV - Viagem a Paris - O Museu do Louvre



Antes de falar no que vi no Museu do Louvre, não custa lembrar alguns detalhes principais da história do Museu. Onde hoje é Paris, havia povoado há mais de dois mil anos e há ruinas de arenas romanas, do tempo do Império Romano. E no exato lugar onde hoje é o Louvre, já antes do ano 1.200 dC, havia uma fortaleza com prisão. Por volta do ano de 1984 foram feitas escavações em parte do que hoje é o subsolo do Louvre e ficou à mostra uma parte das muralhas dessa fortaleza. É aberta ao público que ingressa no Museu e vale a pena dar uma olhadinha para uma obra tão antiga. Antes de visitar a cidade, comprei aqui no Brasil o livro da National Geographic, em português, chamdo de Guia de Viagem - França. Vale a pena e a gente aproveita bem mais o passeio e o lado cultural do mesmo.
Voltemos ao Museu do Louvre. Depois de fortaleza, o prédio foi passando por adaptações e expansões e foi palácio de vários reis da França. Só deixou de ser palácio real quando em 1.682 a corte real se mudou para o majestoso palácio de Versalhes, que fica meio retirado da cidade de Paris. Teremos um capítulo à parte sobre a visita a Versalhes.
O Museu do Louvre é enorme. Um dia todo de visita bem planejado, com um roteiro na mão, dá para ver um pouquinho do seu acervo. Há roteiro em vários idiomas e o mais acessível para mim era em espanhol. O Museu é composto de uma ala frontal e duas laterais, com sub solo, térreo e mais dois andares. A entrada ao museu é pela Pirâmide de Vidro, aquela que se destaca na frente do Museu e é cercada por uma lâmina d´água com pontos de água que jorra.
O ingresso me parece que era 18 euros por pessoa, com direito a guardar os agasalhos pesados num compartimento especial, tudo muito bem organizado, para evitar que a pessoa enfrente o local climatizado carregando o pesado capote no braço o dia todo. E haja caminhada.
Estive lá duas vezes. Na primeira, visitei parte das obras, com destaque para esculturas gregas, romanas, árabes, fenícias e muito mais. Muitas múmias do tempo dos faraós; muitas peças de antigas civilizações.
Na parte de artes plásticas, na parte de pinturas, quadros de célebres pintores do passado. O interessante é que no Museu do Louvre estão pinturas desde a antiguidade, até por volta do século XVIII. Depois disso, as obras ficam concentradas no Museu D´Orsay, que fica bem próximo do Louvre, do outro lado do Rio Sena, sendo que de um museu se enxerga o prédio do outro.
Quem vai ao Louvre procura uns ícones como o Monalisa de Leonardo da Vinci e a Venus de Milus. Para quem não leu alguns detalhes do quadro da Monalisa, pode haver um certo desapontamento com o "tamanho" da obra. Deve ter uns 45 x 65 cm. Mas é impressionante! Saber que um gênio fez aquela obra de arte ímpar lá pelo ano de 1.500. Meio século nos separa da origem da obra.
A Vênus de Milus é uma escultura em mármore branco, com data e autoria desconhecida, muito visitada no museu, até pela simbologia que cerca a obra.
A parte mais suntuosa do museu é a que tem as dependências e mobiliário dos Reis que mantiveram a corte no local, incluindo Napoleão III. Tapeçarias, moveis entalhados, cortinas cheias de detalhes, camas enormes com proteção em tecido usual pela nobreza da época. Tudo muito suntuoso.
Como eu disse, fomos um dia no Louvre e andamos por lá das 10 horas, quando abriu, até lá pelas 17 horas. Tem que estar em dia com a forma física e mesmo assim a gente termina o dia acabado, mas realizado pela beleza das obras.
Dias depois, a filha Denise veio da Alemanha e voltamos a visitar o Louvre no fim da tarde, mais umas 3 ou 4 horas. E mesmo assim ficou muita coisa para trás, para "uma próxima ocasião..."
Um detalhe do cafezinho no saguão de entrada que fica no sub solo, logo após o acesso pela Pirâmide. Um Café requintado com três preços para um mesmo cafezinho. Em pé, com o umbigo no balcão, preço X. Sentado numa cadeira numa das mesinhas internas do Café, preço Y e se o cliente preferir tomar seu cafezinho numa das mesinhas nas laterais do Café, vendo o público se movimentando por ali no saguão, preço Z. Fiquei no preço X em euro, que na ocasião era na proporção 1: 2,8 entre euro e real. Depois o euro ficou um pouco menos caro.
Vamos deixar mais detalhes da viagem para outro capítulo.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

V Viagem a Paris - O que vi pelas ruas...


Quando a pessoa vai para um lugar distante, o que mais chama a atenção são coisas e atitudes diferentes das usuais na região de onde a gente vem. Andando no centro velho de Paris por onze dias a pé, de metrô e de ônibus, algumas das coisas que chamaram a atenção por não serem usuais na nossa terrinha. Vejamos:
Eu não vi engarrafamento de trânsito por lá. Achei que em proporção com São Paulo, que chega a quilômetros de engarragamento do trânsito, por lá a coisa é bem mais "laite". Suponho que isto decorre do metrô ser bem ramificado e integrado e as pessoas se deslocam muito, mas muito mesmo, de metrô. E vi a forma de guincharem carro que está estacionado de modo irregular. O guincho é um caminhão pequeno com um "muque" (um braço hidráulico). O caminhão estaciona em fila dupla ao lado do carro a ser guinchado e eles passam duas "faixas" por baixo do carro (faixas de uma lona especial para não afetar a lataria do carro) e o gancho do braço hidráulico "iça" num instante o carro para cima do caminhão. Pimba no motorista relapso!
Motos - no centro velho há calçadas largas e bem cuidadas. Há muitos lugares onde se aglomeram motos estacionadas em parte da calçada. Deve haver algo que regulamenta esse tipo de coisa. Nesses casos, há espaço para as motos e os pedestres e não é algo generalizado. Há lugares onde se vê as motos estacionadas.
Motos II - O frio forte de inverno faz o pessoal lá adotar um sistema de fixar uma proteção de lona preta como essas de capota de picape na moto, para proteger o motoqueiro do vento frio. Pode não ser chique, mas deve ser muito funcional.
Motos III - O que eu achei mais curioso. Vi algumas (poucas) motos pequenas, aquelas scooter (acho que é assim que se grafa) com duas rodas na frente e uma atrás. As rodas da frente são paralelas, recuadas uns 30 cm. entre si. Parece que permitem que, ao parar em semáforo, a pessoa possa se manter em equilíbrio, sem colocar o pé no chão. Se assim for, tem o seu lado prático.
Moto IV - Uma cena. No trânsito, uma senhora com uma pequena moto e seu caozinho de estimação no assoalho da moto. Param num semáforo, o cão salta, vai para a calçada e pouco antes do farol abrir, volta ao seu lugar na moto e partem...
Carro - Por lá vi vários carros da Mercedes, modelo Smart, que são bem pequenos e suponho que sejam para duas pessoas. Busquei no google e vi várias fotos e diziam que em junho de 2009 os tais chegariam ao Brasil. Na minha parte de Brasil onde vivo, no interior do Paraná, até agora não vi nenhum pelas ruas.
Portas do Metrô - Por causa do frio e o ar condicionado do metrô, no inverno as portas não se abrem automaticamente em certos casos. Elas se destravam, mas tem uma pequena alavanca para acionamento manual. A lógica é - se houver passageiros para subir ou descer nos momentos de menor movimento, se abrem as portas necessárias apenas, se perdendo menos ar condicionado. Razoável.
Barzinhos - A versão do choppinho na calçada, vendo o movimento. Nem o inverno tira o sabor do chopp. Mas o vento pode incomodar. Há alguns barzinhos com uma extensão de vidro, já em uma parte da calçada, em lugares muito específicos, onde a pessoa fica tomando seu chopinho praticamente na calçada, mas protegido por vidros e podendo ver o movimento da rua...
Igrejas centenárias - O que chamou a atenção é que em muitas delas, de construção magnânima, as cadeiras são daquels de "antigamente", de madeira, individual, com assento de palhinha simples, todas fixadas entre si por sarrafos de madeira. Por aqui é usual banco de madeira longo, para várias pessoas.
Deixemos algo para os próximos capítulos.

(Na foto acima, aparece moto na calçada e ao lado, a parte dos fundos da Catedral de Notre Dame. Por sinal, achei que a arquitetura do fundo da catedral é mais bonito que a fachada da frente. Depois veremos no capítulo da Notre-Dame)

domingo, 13 de dezembro de 2009

IV Viagem a Paris - O Sena, as Pontes e os Barcos




O Rio Sena, na porção que corta a região central de Paris, tem sua calha toda revestida e se parece com um canal artificial. Mas tem seu charme, principalmente pelas pontes antigas, de arquitetura requintada e os barcos que passam sempre carregados de turistas que sobem e descem o rio. Os barcos são os Bateaux Mouche, como a gente ouve falar. São grandes e confortáveis, com ótima vista para a cidade. Por incrível que pareça, fui adiando a viagem de barco e no dia que fomos ao embarque, não conseguimos achar corretamente o ponto de embarque e só ficamos vendo os barcos que passavam. Ficou para a próxima...
As pontes em concreto, antigas, bem conservadas, tem detalhes arquitetônicos muito bonitos. Verdadeiras obras de arte. O Sena forma uma pequena ilha onde fica a Catedral de Notre-Dame. Muito próximo de suas margens também ficam o Museu do Louvre, o D´Orsay e mesmo a Torre Eiffel, um pouco mais retirada.
Uma série razoável de fotos do Rio Sena e outros lugares turísticos de Paris estão no meu Orkut.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

III Viagem a Paris - Os pontos principais visitados


Neste "capítulo", vou fazer um apanhado geral dos lugares principais que visitamos durante os onze dias que estivemos por lá. No decorrer da série, vou dar mais detalhes de cada ponto visitado. Em Paris, visitamos o Rio Sena com seus barcos de passeio (os Bateaux Mouches) na região central da cidade. O Museu do Louvre, o Arco do Triunfo, a Torre Eiffel, o Museu D´Orsay, a "Casa" de Victor Hugo, hoje um museu com o acervo do renomado escritor, A Igreja de Notre Dame (majestosa), muitas igrejas com vários séculos, a Ópera de Paris, passeios via Metrô de Paris, visita ao bairro de Marais; visita a um mercado com quase três séculos e que tem até uma banca de portugueses que vende os pasteis de Belém. Visitamos a Galeries Lafayette, que é um sofisticado Shopping Center num prédio histórico deslumbrante. A G.Lafayette tem galerias em vários níveis como num teatro e nessas galerias circulares hoje ficam as lojas. No teto, na parte central do edifício, uma cúpula de vitrais coloridos.
Um pouco afastado de Paris, visitamos o Palácio de Versalhes, que é enorme e rendeu muita caminhada, prédios enormes, cheios de dependências e jardins com lagos artificiais, estatuetas de bronze, muito verde e muito mais.
A avenida dos Champs Ellysees, As ruinas (um estádio)do tempo do Império Romano dentro da área central de Paris.
Em MontMartre, na colina onde fica a igreja Sacre Coeur, bem próximo fica uma pracinha dos Artistas plásticos, o Moulin Rouge (Moinho Vermelho) uma tradicional casa de shows que resiste aos tempos. Por perto disso tudo, passamos tomar um lanche no ambiente climatizado de um restaurante tradicional onde rodaram algumas cenas do filme O Fabuloso destino de Amélie Poulain. Todo mundo posa para fotos no ambiente que foi cenário do filme. Uma boa recordação.
No decorrer da série, devemos nos lembrar de mais detalhes e faremos o registro para os amigos.
Não percam o próximo capítulo...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

II - Viagem à Europa


O aeroporto Charles De Gaule, que é enorme, fica um pouco retirado da cidade de Paris e quem chega pelo mesmo, uma das formas de ir ao centro da cidade é de trem. Há o RER, um sistema de trem metropolitano que faz o transporte regular na região. O RER faz conexão com o sistema de metrô de Paris e entre o RER e o metrô, chegamos no apartamento da filha depois de menos de uma hora entre caminhadas pelo aoeroporto, escadas rolantes, viagem, conexão RER-metrô e chegada em casa. Deixamos SP com uns 30 graus e chegamos lá com uns dois graus e tivemos que colocar os capotes, agasalhos pesados para enfrentar o frio.
A primeira impressão que tivemos da cidade, foi constatar que na região mais central não há edifícios altos. Os prédios na região comercial em geral tem a mesma cor (amarelo palha), a mesma altura (uns três andares) e a fachada meio parecida, além de ter no teto umas pequenas estruturas que parecem ser de cerâmica e lembram chaminés. Devem estar associados a sistema de calefação (aquecimento) dos ambientes, o que é comum por lá para a estação fria. Por sinal, informa-se que Paris não tem inverno tão rigoroso e neve por lá é muito esporádico. Mesmo assim, um dia vimos cair um pouquinho de neve. Eu nunca tinha visto. Muito lindo!!!
Outra coisa que chama a atenção é que a cidade no geral é bem plana e os prédios não sendo altos, ressalta essa condição. O lugar que se destaca é Montmartre, uma colina pouco alta, onde se destaca uma linda igreja chamada de Sacré-Coeur, que seria para nós Sagrado Coração. Da colina onde fica a igreja, a vista para a cidade em torno é um espetáculo.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Viagem para a Europa - em capítulos


Era para aparecer só uma foto, mas como sou novo no ramo de blogueiro, não consegui remover uma das fotos.
Começando pelo começo... Eu que sempre gostei de ler muito, conheço um bocadinho do mundo através da leitura e de imagens que hoje estão na TV, internet e muito mais. Dizer que sonhava ir para a Europa, isso eu sonhava, mas era um sonho meio distante. Quem sabe para quando me aposentasse. Não imaginava que surgiria a oportunidade de "confluência astral" de forma a permitir que muito antes de quando imaginava, surgisse uma oportunidade que era pegar ou largar. Oportunidade de visitar um pouquinho da França (Paris) e da Alemanha (Frankfurt, Colonia e Koblenz).
Tudo começou com a ida da filha mais velha com o esposo para Paris por seis meses, em estudo de doutorado do genro. A filha, no período assistiu aulas por lá de ouvinte na sua área de interesse, a Antropologia. Então em Paris eu tinha um lugar para ficar e dois intérpretes - nada mal. E na Alemanha, uma filha fazendo intercâmbio (Au Pair) em Koblenz, uma cidade de mais de dois mil anos, ao lado do Rio Reno. Assim, tinhamos uma intérprete na Alemanha, a nossa intercambista e por lá ficamos em hotel ou em hostel, de preço mais "laite".
Foi assim que pegamos nossos passaportes (para a Europa não precisa de visto nos países visitados) e compramos as passagens pela TAM e "pé na estrada". Voo de Londrina a São Paulo e de S.Paulo (Guarulhos) a Paris, direto. Umas nove horas de voo, no Airbus 320 lotado. Cabem ao redor de 260 passageiros. Assim fomos parar no aeroporto Charles De Gaule, de Paris, dia 20-01-2009, em pleno inverno de lá, com uns dois graus positivos. A filha Franci nos esperava no aeroporto.
No próximo capítulo tem mais...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Visitando a Ilha do Mel (Litoral do Paraná)


O Paraná tem uma costa marítima relativamente pequena, comparativamente a SP e SC. Mesmo assim tem algumas praias bonitas e uma riqueza de beleza que é a mata atlântica preservada na Serra do Mar. Estamos passando uma temporada na Praia de Caiobá e tiramos dois dias para ir conhecer a Ilha do Mel, que tem seu lado de Reserva Ambiental e sítio de valor histórico, com um Forte de dois e meio séculos e um farol em estrutura de aço, fabricado na Escócia e montado na ilha no final do século XIX. O acesso à Ilha do Mel é por barco de hora em hora e lá na ilha não circulam carros e motos. Um sossego. Trilhas no meio de muito verde, belas praias e boas pousadas. A ilha tem 35 km2. ou 1.100 alqueires (2.400 ha+ou-).
Se a pessoa buscar pelo Google, vê a localização da Ilha do Mel e fotos diversas das suas várias facetas.
Já na viagem de barco vimos golfinhos nadando perto do barco e na Ilha, pelas trilhas, vimos aves como canários da terra (bandos deles), tié sangue, coleirinha, chupim e muitas aves aquáticas como gaivotas, mergulhões, etc.
A mata contém muitas bromélias penduradas nas árvores. Um lugar que encanta os turistas do Brasil e de fora.
O farol fica num morro que tem uma trilha bem cuidada e 160 degraus para se chegar ao mesmo, fora as rampas de subida sem degrau. Mas o esforço vale a pena pela vista lá de cima. Em outra parte, o Forte perto do mar (junto ao mar) e uma trilha que sai do forte e chega a outra estrutura militar do forte, com construção também de pedras e também privido de canhões em posição de tiro. Canhões menos antigos, de 1.910, muito bem preservados. E uma vista maravilhosa para o mar e ilhas vizinhas. Um passeio muito lindo. Com praias muito limpas,lindas. Valeu o passeio e vale a pena visitar.

sábado, 21 de novembro de 2009

GAFE NÃO TEM DIA NEM HORA

Nesta semana (hoje é sábado, 21-11-09) eu estava num evento técnico num assunto da minha praia, envolvendo conservação de grãos armazenados, aqui num hotel de Maringá-PR. Havia na platéia colegas dos estados do PR, SP, MG, ES, RS e alguns do Paraguai, que também vem crescendo bastante na produção de grãos.
No comando do evento, um engenheiro argentino radicado em Maringá, que percebeu há tempo que havia um nicho de mercado e montou uma empresa de consultoria na área de conservação de grãos armazenados. Anualmente a empresa faz um seminário técnico, além de editar trimestralmente uma revista muito bem elaborada no tema. Agora que o cenário já está montado, vamos à gafe.
Um dos palestrantes, de alto nível, de forma muito descontraída ia discorrendo sobre seu tema diante de um datashow que projetava na tela o roteiro da sua fala. Para apoiar a palestra, a canetinha laser para indicar detalhes na tela. Eis que a dita cuja canetinha começou a falhar e o palestrante me sai com esta:
- É! Eu comprei uma canetinha paraguaia e deu no que deu!!
- O anfitrião que é argentino e sabia de todos os convidados, de forma polida e descontraida lembrou ao palestrante que entre nossos convidados havia paraguaios. Restou ao palestrante a elegante medida de pedir desculpas e tocar o barco pra frente. Coisas da vida!

sábado, 7 de novembro de 2009

EXPLOSÃO (Poesia)

Autor: Orlando Lisboa de Almeida


Trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho
Salário, salário, salário, salário
Lucro, lucro, lucro, lucro, lucro
Renda concentrada
Miséria espalhada

Campo todo desabitado
Centro urbano apinhado
Gente sem oportunidade
Vagando pela cidade
Num perambular sem fim

A miséria subiu o morro
Todo mundo viu e fez que não viu
A miséria anda ameaçando descer
Como vulcão inativo a renascer.

Patrimônio depredado
Vidro despedaçado
Povo apavorado
Povo despreparado.

Reprimam com violência!
É o clamor da platéia
Como se a panacéia
Fosse dar duro na conseqüência

Nas causas, ninguém pensou,
A história, ninguém ouviu,
A lição, ninguém seguiu
E o previsível, ninguém previu.

Surgem perguntas no ar:
- O que foi que aconteceu?
- O povo se corrompeu?
- Perdeu a vergonha de vez?

Injustiça, opressão
Falta de religião
Overdose de concentração
Estourou a boca do balão.



Agora, não adianta chorar
Pois o leite derramou
E só há uma solução:

Buscar as causas do mal
E tomar posição ativa
Pois a postura passiva
Nos levou pro vendaval.



(PS - escrevi esta poesia quando, há décadas, os morros do Rio ainda estavam em paz em relação ao momento atual. Era por volta de 1992. Ao transpor a poesia para o Blog, perdi algo que era importante no texto em Word, que era a expressão trabalho, com tipos de formas crescentes para dar sentido de mais e mais trabalho e a expressão salário, que de tipo maior de letra, vai se reduzindo para letras miudas, no sentido de minguar o salário).

VIDA (Poesia)

Autor – Orlando Lisboa de Almeida


Voar como pluma
Planando no espaço
Girando sem rumo
No imenso do ar


Vagar como alma
Pesada por terra
Carregando a carcaça
Sem se entregar


Gritar pelo mundo
Num gemido surdo
Em terra de lobos,
Sem pai nem irmão


Viver pelejando
Levando no peito
A tarefa do eito
Sem rumo qualquer


Um drama danado
Esse raio de vida
Essa dor dolorida
Chamada viver.

E O MORTO CHIOU... E CHIOU PACAS!!!!!

(tio Alberto que o diga!!!!)

Contista amador Orlando Lisboa de Almeida

Um dos mais proeminentes filósofos da TV brasileira do século XX, com todo deu gabarito, chamado Helio Rubens já dizia e eu repito: - Eu aumento mas não invento.
Vamos aos fatos. Melhor dizendo, vamos à versão que vou dar aos fatos, porque o folclórico José Maria Alkmin, político mineiro dizia que em política não existem os fatos. Existem as versões. Talvez cada versão fosse de acordo com o interesse de momento e da pessoa.
Numa pequena cidade perto de Ourizona-PR, onde se planta muito milho chamado de safrinha, por ser plantado depois da colheita da safra normal, de verão, ocorreu um fato embaraçoso, ao menos ao colega que teve que enfrentar a barra junto ao morto maroto. Eis que um banco tinha um cliente que abriu uma prosaica continha em nome dele e do filho, só deixando de lado o “esprito” santo, que não é dado a ficar por aí neste mundão secular se importando com o vil metal.
O lavrador abriu a conta e, pequeno agricultor, pouco tinha para movimentar a tal conta. Até o dia em que o dito cujo virou “de cujus” e foi pro além. Foi, mas deixou seu filho, também agricultor.
O banco, sabendo da morte do agricultor, tratou de dar um “comando” no computador, para dar baixa no nome do falecido. Por um desses lapsos da vida, acabou dando baixa também no tal segundo titular, o filho, que assim passou à desconfortável condição de morto. Aí começou a bronca.
Um belo dia, depois de tempos da morte do velho e sem grana para movimentar a conta, o agricultor recebeu uma tal ordem de pagamento que entrou na sua conta. Sem talão de cheque, vai faceiro ao banco buscar um talão, “mode” botar a mão numa parte da graninha. Sua alegria durou pouco, ao ficar sabendo que lá no banco constava que ele estava mortinho da silva, fazia algum tempo. Assim morto, não poderia pegar talão, sacar dinheiro e coisa e tal. Nem precisa dizer que o homem, que já era de hábito bastante ranzinza, ficou uma fera. Não sei se rugia ou babava, porque eu não estava lá para ver e se estivesse, ia ficar bem longe pra não servir nem de testemunha.
Há um ditado segundo o qual, desgraça pouca é bobagem. Quando vem, vem de penca.
O tal agricultor resolveu falar com o gerente, o que era muito justo. O bagrinho miúdo que o atendeu, apesar de lhe explicar a falha e se desculpar e tentar encaminhar a solução, não o deixou convencido, nem conseguiu regularizar a situação para que o cliente botasse a mão na sua sagrada graninha. Ficou sabendo que o gerente tinha ido à cidade vizinha, com nome de santo cassado pelo Vaticano, pra tristeza dos corintianos. Ido por uma razão super especial. É que o representante maior do banco no estado do Paraná estava pela primeira e rara vez visitando a praça com nome de santo.
O cliente, não sei se rugindo ou babando, pegou seu corcelzinho 74 e se mandou para onde estava o tal gerente. Lá chegando, foi logo ao assunto, dizendo que o banco tinha dado ele como morto e coisa e tal e que ele estava vivo e irado e que precisava para já, de um dinheiro de sua conta. O tal gerente, com algum embaraço e muita desenvoltura ouviu o cliente e saiu com ele até sua agência para a solução do caso. Nisso, o chefão do gerente acabou sabendo do ocorrido. Ele e os demais gerentes da região que estavam em sua companhia. No mínimo, rolaria depois alguma gozação. Nunca o chefão vem na casa da gente e quando vem, na hora da foto, uma baita queimada de filme dessas. Mas o caso não ficou só nisso, pois o artista ainda não sacou seu dinheiro.
Chegando na agência, gerente e cliente, constata-se que tinha que dar alguns comandos novos no computador para que este passasse a reconhecer que o cliente estava vivo. Depois disso, era encaminhar o cliente à máquina de imprimir talão, conseguir um talão, sacar o dinheiro e pronto. Bem que assim fosse. Pois na hora de imprimir o talão deu um “tilt” na máquina, como diz a meninada e cadê de sair o talão. O cliente ferveu um pouco mais, mas estava perto da grana e de gerente a tiracolo. Foi em outra máquina e conseguiu seu talão impresso a laser, novinho em folha.
O gerente, por cortesia, se ofereceu para colocar a capa no talão de cheque e grampear o conjunto, mas o cliente alegou que ele sabia fazer isso e não precisava de ajuda. Mas o famigerado grampeador estava sem grampo!!! Mais uns graus na temperatura do cliente, o grampo reabastecido, o talão grampeado, o cheque assinado e sacado, a grana no bolso e o cliente foi pra casa assim meio como ferro de passar que, mesmo depois de desligado da tomada, ainda fica tostando por algum tempo.
Essa, com certeza, nosso colega não vai esquecer tão cedo.

Maringá PR, 12 de outubro de 2002. (dia do Eng.Agrônomo)

domingo, 25 de outubro de 2009

SHOW EM HOMENAGEM AO "REI" NO MARISTA

Ontem, sábado, dia 24-10-09, houve um belo Show de casa cheia no Teatro Marista que tem espaço para 700 pessoas. O esperado show é elaborado e apresentado pelos Médicos da cidade, ligados à parte cultural da Sociedade Médica de Maringá-PR. Ao que parece, esta foi a décima edição da série anual de shows dos médicos, sendo que eu fui em alguns. No ano passado, foi em homenagem ao Chico Buarque e foi muito lindo, com cenários muito bem elaborados.
Neste ano também o show foi lindo, apresentado na sexta e sábado e nós fomos no sábado, com ingresso comprado antecipadamente, para não correr o risco de ficar de fora.
Durante o show foram cantadas muitas músicas de amplo conhecimento e gosto da platéia que foi estimulada a cantar junto. Como dizia o apresentador-médico: Cantem todos... quem não sabe, enrola.
Na sede da Sociedade Médica, que tem site na internet inclusive, há um pequeno teatro no qual são feitas apresentações de peças teatrais, shows musicais, projeção de filmes alternativos, às vezes com debate ao final. Eu já estive assistindo a peça Aurora da Minha Vida, muito dez. Também fui num show de viola fora de série, num filme sobre sapateado, num filme de Ópera e num filme cujo protagonista era um cego que fotografava certas situações ao seu redor.
A Sociedade Médica faz parte do que chamo circuito cultural da cidade, ao lado do SESC, Luzamor, UEM, Cesumar, Secretaria Municipal de Cultura e outros espaços do gênero. Tenho meu e-mail e endereço cadastrado lá e quando tem programação cultural, sou avisado sempre. Muito bom!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

MENTIRA TEM PERNA CURTA

As pisadas na bola ou o ato de "morder a chumbada" como se diz em Piracicaba, geralmente acontecem com os outros, nunca com a gente, claro! Mas as regras estão aí com suas exceções. Era pelo ano 70 e eu estava terminando o colegial noturno no Colégio Viscondão em Mauá-SP e na roda de amigos tinha o Luiz Longo, um dos gêmeos da família, que tinha e tem parentes em Florai-PR que para mim naquela época deveria ficar fora do Brasil, alguns milhares de quilômetros. Hoje, nem tanto. Um dia, jogando conversa fora no intervalo das aulas, o Luiz me convidou para um dia visitar sua Florai, terrinha natal. Eu aceitei a proposta no ato. Vamolámeu! E passa o tempo, chega o fim do ano e eu entro em férias no trabalho e no colegial e saio dar um giro pelo centro de Mauá. Meu mano gozador dizia que Mauá não tinha centro, a não ser o Centro Espírita. Mas tinha o bar ABC que era no olho do furacão da cidade, perto da estação do trem. Formigava de gente cedinho e à noitinha, gente indo e vindo do trabalho do vizinho ABC e em maior número de São Paulo, distante apenas uns trinta quilômetros.
No centro de Mauá, dou de cara com meu amigo Luiz e ele, sabendo que estou em férias, trata de cobrar a ida ao Paraná. Acertamos os detalhes, tomamos o ônibus dali a alguns dias e pimba! Botei o pé pela primeira vez no Paraná, começando por Maringá, vindo descer na velha rodoviária local, que atualmente está lá desativada. No guichê, fomos procurar passagem para Florai, que agora ficava pertinho. Só que ônibus, só amanhã, nos informaram. O jeito era arranjar um hotel simples, pousar em Maringá e partir no outro dia cedo para Florai. Meu amigo vai na banca de revista e fica faceiro porque tinha uma jovem cuidando da banca. Ele pede a informação e ela nos dá a dica de um certo hotel na Av.Herval (H.Touring). Era e é um hotel "bem" simples! Acho que a fachada é de alvenaria e nas laterais parece que as paredes são de tábua. Mas em 70, para dois jovens estudantes... Guardamos as bagagens e antes do banho, nos tira o sossego uma batida policial procurando alguém. Não chegamos a ver os guardas, mas escutamos a prosa. Achamos que o lugar estava de astral muito baixo e voltamos para a portaria e pedimos baixa do hotel e rapamos fora. Meu amigo Luiz resolveu que passaríamos lá na moça da banca e pediríamos a dica de um "bom" hotel, ora bolas!!! Assim decidido e assim foi feito. Ela nos indicou o que suponho ser o fino da raça na época. O Hotel Indaiá, que era bem menor do que é hoje. Partimos para o Indaiá, já à noite. Muitos viajantes no hotel, bom movimento.
Meu amigo Luiz, extrovertido pacas, levou cachimpo na viagem e não fumava. Dava umas baforadas desajeitado, umas tosses e uns abanos na fumaça. Levou um violão e também não sabia tocar o raio do violão, encordoado para pessoa destra, sendo que o Luiz é canhoto desde que veio à luz. Tamamos o banho no hotel e viemos para a beira da calçada ver o movimento da rua e o Luiz com o cachimbo na boca e o violão no braço. Mas nada de música. Os viajantes se aproximaram e pediram umas músicas e nada. Um deles, velho no trecho, perguntou se o amigo poderia emprestar um pouquinho o violão para o Danúbio - seu amigo de viagem - que manjava da arte. Pois o Danúbio também era canhoto e tocava o violão com as cordas invertidas para ele, arranhando as cordas de baixo para cima com uma rara habilidade. O homem sabia tudo de violão. Foi um auê. Ficamos amigos da turminha que estava viajando num Dodge Dart, carro esportivo da época.
Papo vai, papo vem e o cabeça de área do grupinho de viajantes nos perguntou de onde a gente era. Naquele tempo se dizia que gente de Mauá era índio em relação ao pessoal da Capital. Então em algumas ocasiões os de Mauá saiam pela tangente, dizendo que eram de... de... Santo André!!! É isso, de Santo André!
Então veio o inesperado. O viajante falou. Ora, ora, então somos meio vizinhos, de que rua de Santo André vocês são? Nós somos da Editora da Lista Telefônica e conhecemos TODAS as ruas de Santo André.
Eu tinha um tio que era do Corpo de Bombeiros de São Paulo e que morava na Rua Vicente de Carvalho, no bairro Príncipe de Gales em Santo André. Tasquei o nome da Rua e o viajante falou o bairro e disse que a rua ficava ao lado da Faculdade do ABC, como de fato.
Essa foi uma bela lição para os dois novatos. Uma bela pisada na bola!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

TUM - TEATRO UNIV.DA UEM - PROGRAMAÇÃO

Hoje, 19-10-09, fui assistir a uma peça de teatro promovida pelo SESC. A peça se chama Rito de Passagem e vem sendo apresentada pelo Brasil afora no Projeto Palco Giratório - Rede SESC e Difusão das Artes Plásticas. Fui um belo espetáculo, com um grupo de Manaus. grupo Indios.Com Cia de Dança.
Na saída do Teatro Reviver, um integrante do TUM da UEM Univ.Estadual de Maringá estava panfletando os eventos em cartaz no Teatro da UEM a saber:
22-10 - 21 h Orquestra da UEM - música
23-10 - 21 h - A Divorciada - Teatro - Circo Teatro Sem Lona
24-10 - 21 h - Mundocão - Cia 7 - de Londrina - Teatro
25-10 - 20 h - Barricada - Teatro - Grupo Teatro e Ponto
29-10 - 21 h - Auto dos 99% - Teatro - TUM Teatro Universitário da UEM
30-10 - 21 h - As Estações do Desejo - Teatro - Antonio Busnardo - Curitiba
31-10 - 21 h - As Aves - Teatro - Grupo de Teatro Unipar de Paranavai.

.............................. a programação segue até 15-11-2009......... vou colocar oportunamente o restante da programação aqui no blog. Eu tenho ido de vez em quando assistir aos espetáculos lá no Teatro Oficina da UEM e há espetáculos bastante interessantes. Vale a pena prestigiar.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ

Autor: Orlando Lisboa de Almeida (escrito antes do advento do Metrô)


Eu me lembro dele desde criança e não poderia ser de outra forma porque era um engenho fascinante! Era um trem enorme, vagões novinhos, tudo inoxidável. Brilhava muito e rodava macio.
Tudo no trem tinha certa ordem. Até o pessoal da estação que orientava o tráfego, sempre fardado, cabelo aparado, quepe azul marinho, tudo certinho.
Os horários dos trens eram cumpridos com rigor e o povo era calmo, apesar de já haver movimento na metrópole São Paulo de algumas décadas atrás. Hoje tudo está mudado: os passageiros aumentaram como praga de gafanhotos; brota gente de todo lado. Gente que tem pressa, que desconfia de tudo e de todos, gente que trabalha, ama e sofre.
Numa cidade cheia de semáforos, por mais vagaroso que seja o trem, ainda é o meio de transporte mais rápido do local. Não há outro jeito de se locomover, enquanto não implantarem o metrô; tem que ser de trem.
Os trens ainda são os mesmos de muitos anos atrás, já desgastados pelo uso intenso. Os alto falantes internos que anunciavam a próxima estação já estão mudos. Os bancos estofados foram tantas vezes furados por pessoas de pouca presença de espírito, que foram substituídos por bancos de resina sintética sem estofado. As janelas, antes de vidro, após tantas depredações foram substituídas por acrílicos transparentes, que o pessoal rabisca sem dó. Verdadeiras tatuagens de mau gosto nos bancos e janelas, com adjetivos depreciativos ao chefe, com o nome da amada, com os corações flexados por Cupido...
O dorso do trem não brilha mais, tanta a poeira da poluição que já formou uma crosta em cima dele, tornando-o pardo, seboso, feio e triste.
Atrasa muito e a maior sinfonia de úlceras da metrópole progride a passos largos. O pai de família que já passou dos quarenta e não tem profissão definida sabe que o trem atrasa, mas o relógio do patrão é pontual e não perdoa. Se chegar atrasado, perde o emprego, que passará a ser ocupado por outro braçal talvez mais jovem e taludo. Só não sabe onde encontrar outro emprego para poder descolar o pão de cada dia para sua família.
Uma cachacinha de vez em quando se torna uma franca necessidade para espantar essa bruxa da ameaça do desemprego.
Todo mundo viaja, ninguém se conversa, todos desconfiam de todos. No trem apinhado de gente, cada um se apoiando no outro, quase todos em pé, não cabe nem pensamento mais no vagão. Há, mesmo assim, os malabaristas que conseguem a proeza de sacar um livro e, braços erguidos e olhos para cima, tentam arranjar jeito para uma leiturinha. Outros pretensiosos, quando conseguem o privilégio de sentar, tentam abrir um jornal especializado em submundo do crime; crime e futebol. As manchetes do jornal dos crimes chamam a atenção da galera toda em volta. Mesmo para quem não sabe ler, resta aquela foto feminina, muita forma e pouca roupa, em evidência na primeira página. O corpo nu é o produto para ajudar a vender o jornal, afinal estamos no mundo capitalista.
Há algumas senhoras que teimam em sacar da bolsa o crochê para tentar passar o tempo e driblar a ansiedade. Decididamente a mulher está abrindo caminho mesmo às cotoveladas, para ao menos participar da população economicamente ativa.
Quem vai indo, quem vem vindo, ninguém sabe. Seja dia, seja noite, o movimento é intenso já que as máquinas das indústrias funcionam sem parada e os empregados se revezam em três turnos. Uns cochilam no trem e passam direto pela sua estação e aí a coisa se complica se for alta hora da noite ou franca madrugada. Pode acontecer de acordar no fim da linha, quando vem o guarda batendo as portas dos vagões, fazendo barulho e avisando que o trem está se recolhendo...
Outros formam grupinhos e jogam palito com moeda que, afinal, tem alguma serventia. Gritam os palpites e riem dos perdedores, os patos do jogo. E olha que precisa de barulho para ser ouvido dentro do trem de aço que circula cambaleante sobre trilhos também de aço. Todos do vagão acompanham o resultado do jogo, queiram ou não...
Tem muita gente que consegue paquerar nessas viagens com paradas freqüentes; paquerar e até se amarrar para sempre em certos casos.
A cada cinco minutos, parada numa estação, quando as portas se abrem e um mundo de gente tenta subir e descer ao mesmo tempo às trombadas, palavrões, empurrões, safanões e até alguns pedidos de desculpas!
E o trem persiste...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

NO LADO DO SINO EU ASSINO

A cidade de Apucarana-PR onde residimos por seis anos, tem a catedral de Nossa Senhora de Lourdes como marco zero, bem na praça central da cidade. Uma bela catedral, com uma imagem da padroeira na parte frontal, no alto. Era mês de agosto e nós participávamos do Lions Club e nesse mês é comemorada a Semana do Excepcional. Aliás, nem sei se a expressão continua sendo esta para as pessoas com necessidades especiais, muitas atendidas pela dedicada APAE com amplo apoio da comunidade.
Nosso Clube, para angariar recursos para a APAE, fazia e acho que ainda faz (atualmente resido fora de Apucarana) um belo jantar que já é esperado pela sociedade local que prestigia em peso o evento. Cada ano nosso clube escolhia o tema de uma Nação e naquele ano, escolhemos um jantar árabe. Além do cardápio, os membros do clube que se habilitavam, ensaiavam por um bom período as danças típicas da Nação representada no jantar e na noite festiva, nosso pessoal que havia ensaiado, dançava com traje típico. Era algo que gerava uma enorme expectativa no pessoal do Lions local e nos nossos convidados para o jantar, afinal a gente fazia todo o esforço para agradar os convidados.
Para animar a dança, nosso clube conseguiu contratar um conjunto típico de dança árabe, aí incluidas umas bailarinas para a dança do ventre. Conjunto que viria de São Paulo, especialmente para o evento esperado.
Em agosto também se comemora o Dia do Soldado e na nossa Catedral, os soldados do BIM Batalhão de Infantaria Motorizada, colocaram uma estrutura de cordas para rappel, propiciando que alguns soldados fizessem demonstrações diárias de descida da catedral na base do rappel. Ajuntava gente que só, para ver aquela coisa inusitada. Num desses dias, eu estava escalado para ser o sicerone do conjunto de música árabe que viria tocar no nosso jantar dançante, que já estava hospedado no hotel e que poderia querer dar uma volta para conhecer a cidade. Fazer um city tour, uai! Quando chegamos na Catedral, o pessoal do conjunto já quis ver de mais perto aquela do rappel. Subimos por dentro da Catedral as escadarias todas para chegar no topo, onde fica o sino de bronze. De passagem, vi ali do lado do sino um caquinho de tijolo com o qual aluns raros turistas já tinham deixado suas iniciais discretamente no sino. Olhei para os lados, ninguém sacando, deixo lá minhas iniciais sorrateiramente e continuo a escalada. Ao olhar na janelinha lá em cima, de onde "partia" o rappel, só de olhar eu sentia um frio na sola dos pés e um vazio na barriga. Eu não nasci para altura!!!
Acontece que os do Conjunto de música árabe disseram que queriam descer de rappel. Queriam porque queriam. Sendo uns forasteiros, era natural que o milico mais graduado ali resolvesse fazer algumas perguntas para se certificar das condições deles para a descida. Eles usaram um argumento que deixou o milico convencido da capacidade do grupo de músicos.
- Nós somos do Líbano e viemos de lá faz pouco tempo e estávamos em combate, engajados, até pouco tempo atrás. Estamos preparados para a descida.
Dito isto, credenciados, desceram de rappel calmos e serenos. Quem sabe, sabe!!
Quanto ao Jantar árabe, foi um sucesso e a arrecadação foi das melhores e a APAE mais uma vez ficou grata. E nós do Lions, com a alegria do dever cumprido.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

RETALHOS DO COTIDIANO

1 - Retalhos do Cotidiano

Os jornais tem as notícias, humor e muito mais. Na Folha de SP a coluna do Zé Simão sempre tem verdadeiras pérolas. Ele tem vasta experiência no ramo e um fino humor. Um dia ele tinha que fazer um comentário sobre a TV brasileira e para isso estava matutando e não saia uma síntese legal. Acaba pedindo uma opinião da sua copeira que seria uma pequena amostra do nosso povo que assiste TV. Pois ela, ao responder o que achava da TV brasileira saiu com algo do tipo:
- A TV brasileira é uma droga. Só tem bunda e morena loira.
Estava feita uma bela síntese!

2 - Retalhos do Cotidiano

Ainda algo que "deu"na TV, no noticiário nacional. Um rapaz de Belo Horizonte, que morava em apartamento, estava incomodando muito os vizinhos porque mantinha um cão de certo porte e fama de ser feroz. Uma raça norte americana, trazida com ele do exterior recentemente.
Reclamação de cá, rusga de lá e o caldo entornou, indo parar o caso na polícia. Ao ser interrogado, o rapaz tenta argumentar que seu cão é de raça feroz, mas é treinado e muito obediente, com uma ressalva. O cão foi treinado em "inglês" e só atende nesse idioma. Portanto, o cão não atende a qualquer um...


3 - Retalhos do Cotidiano

Trova de improviso, mas nem tanto...
Falar que o pessoal de rodeio é machista é chover no molhado. Aqui em Maringá - PR todo ano, no início de maio há a Expoingá, com muito gado, shows e gente para todo lado. Um famoso locutor de rodeio, sempre com frases prontas, buscando fazer graça e agradar o povão. Um dia, casa cheia, ou melhor, arena de rodeios cheia, o locutor me sai com esta trovinha para animar a galera:
Quando olho um jovem de brinco
Eu vejo e fico contente
Quanto mais homem de brinco
Mais mulher sobra pra gente...



domingo, 4 de outubro de 2009

INTERNET E O CHAVÃO - PAPEL ACEITA TUDO

Já no tempo da minha querida avó Magdalena, quando se lia algo meio absurdo em jornal, revista ou livro, se ela achava que aquilo não tinha cabimento, usava a frase que era e ainda é um ditado popular: O papel aceita tudo. Claro que esse ditado conseguiu vencer os tempos e mesmo com as opções de mídia atual, ele continua mais válido do que nunca, firme e forte.
Ontem eu recebi um dos incontáveis e-mailes dos amigos, tipo - tô repassando... enviar a todos... O nome da mensagem era: A FOTO DO MILIONÁRIO ou algo parecido, em ppt. Tela azul, tudo bonitinho. Um anônimo denunciava o "escândalo" da compra de uma fazenda milionária no interior de SP por um dos filhos do nosso presidente da república. E dá-lhe verbo. E eu ali lendo para ver até onde o gaiato ia chegar, mas eis que tinha a foto da "sede" da fazenda milionária. E a foto era, nada mais nada menos, que o prédio principal da minha Gloriosa (assim chamada carinhosamente) ESALQ-USP lá de Piracicaba-SP, com bandeira hasteada e tudo. Meu amigo que me enviou o e-mail em dúvida se o assunto era vero ou não e eu respondi para ele sugerindo que faça uma busca no Google com o nome da ESALQ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e veja as fotos. Sem medo de ser feliz.
É claro que todo navegante na internet cotidianamente tem o aborrecimento de ver coisas anônimas circulando na rede mundial e muitos ainda clicam no "enviar a todos". É um estrago e uma perda de tempo. O particular desta vez foi que a foto me era estremamente familiar e deu para ver que o caluniador é sempre um covarde, que se esconde no anonimato. Ao meu amigo, respondi explicando sobre a foto e Assinei em baixo, com nome e sobrenome. Abraço aos amigos.
Continho Futebolístico ou... Mãe é Mãe

Piracicaba-SP, ano de 1974, em plena Copa do Mundo, Brasil no meio, claro! Eu cursando agronomia na ESALQ-USP, morando no Bairro São Dimas e convivendo com a galera do bairro nas horas vagas. Ao lado da Igreja, na esquina, o Bar do Japa, quartel general do SDFC São Dimas Futebol Clube, amador daqueles dos caras levarem, cada um a sua, camisa de jogador para ser lavada em casa depois de cada partida. Depois de cada jogo, perdendo ou ganhando, concentração total do Bar do Japa, onde guardavam os troféus, para a prosa solta e cada vez mais animada com cerveja gelada.
Todos do time tinham seus apelidos - Abobrinha, Pão, Pica, Caçador, Celita e por aí vai...
Um dia até foram na disputa do Desafio ao Galo, em São Paulo, num desafio de perde, cai fora, transmitido pela TV Gazeta, a que era a cara do esporte, dividindo o ramo com a Band. Pois o Celita, além de goleiro do São Dimas, é irmão do famoso Chicão, zagueirão de vasto bigode, que defendeu por muito tempo a zaga do São Paulo Futebol Clube. A fama do Chicão era do "aqui ninguém passa..." pauleira mesmo. Ao ponto de um dia uma jovem reporter perguntar se ele não se achava meio exagerado na pancadaria e ele respondeu de forma definitiva, pra acabar com o teretetê: - Futebol é jogo pra macho..
Pois um dia de 74 nós estávamos assistindo a uma partida sofrida contra um time latino, que não me lembro se era Argentina ou Uruguai. Jogo catimbado, duro. Chicão no banco de reserva e o técnico de olho nas pancadas do adversário. Até que certo momento o técnico resolveu colocar o Chicão pra botar ordem na zaga.
Na casa do Chicão, nós na sala assistindo o jogo, pela primeira vez na casa do amigo Celita e a santa mãe deles, uma senhora alta, simpática e muito humilde, ficava enconstada no batente da porta que dividia a cozinha da sala, como se nós fóssemos os da casa e ela a visita arredia. Ela ali em pé, avental molhado, sempre enxugando a mão no avental para acalmar o nervo. Ali deve ter acumulado timidez, desespero pela partida e tudo mais. Nós de olho na partida e ela, sabe... coisa de mãe.
Eis que numa das primeiras bolas que o Chicão entrou dividindo, numa autêntica voadora, colocou no chão logo uns dois hermanos. E ele também, na voadora, acabou aterrissando dentro da lei da física. Nessa hora a santa mãe do Chicão, num insitinto de mãe colocou as mãos na cabeça e falou desesperada... Meu Deus... vão machucar meu Chiquinho...
Para a mãe, os carrascos são os outros e o filho é um santinho. Daí que: Mãe é Mãe...

sábado, 3 de outubro de 2009

Cobaia de Primeira viagem como blogueiro

Eu gosto muito da área cultural como um todo, mas sou um leitor razoável. Leio um pouco de tudo e escrevo meus rabiscos. Como atuo na profissão de Eng.Agrônomo, nos momentos de reciclagem através de palestras, tenho o hábito de anotar o que posso e depois passo tudo a limpo no Word. Depois que tudo está no Word, pela Internet, tenho o hábito de colocar os relatos para que os colegas tenham acesso. É uma forma de democratizar o acesso à informação.
Na área cultural, gosto de ir ao teatro, assistir espetáculos de dança, corais, música em geral (até lírica, por que não?). Também nas viagens, busco visitar museus, ler antes sobre o lugar e depois aproveitar ao máximo as visitas. Lazer e cultura juntos, sempre que possível. Assim tem sido. Alguns contos breves, eu escrevo, de quando em vez. Ainda na ativa na profissão, aos 59 de idade, quando me aposentar, que será logo, devo ter um pouco mais de tempo para rabiscar uns contos.
Para o blog, quando eu pegar o jeito, devo ir postando algumas coisas dos 6 cadernos manuscritos com apontamentos culturais de leitura, de visita a museus, de apresentações culturais e etc.e tal. Vamos ver. Abraço aos blogueiros!!!! Maringá - PR 03-10-2009